O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

domingo, abril 11, 2004

Não gosto...pronto

Se é verdade que falar de experiência em relacionamentos é, no meu caso, um claro excesso de linguagem, não é por isso que deixei de coleccionar algumas expressões que me irritam solenemente. Seja por significarem (mais) um falhanço ou por serem apenas eminentemente estúpidas, por favor, raparigas de todo o mundo, nunca usem as frases a seguir apresentadas.

“Mereces melhor.”
Esta linda frase aparece em primeiro lugar por alguma razão. Os problemas nela são tantos que o melhor mesmo é começar pelo mais óbvio: na esmagadora maioria das vezes é uma descarada mentira. Por amor de Deus, não insultem a minha inteligência; querem mesmo fazer-me acreditar que é possível achar alguém tão espantoso que, num acto de humildade, nos afastamos para não perturbar toda aquela aura de perfeição? Ou que me estão a proteger, num maravilhoso sacrifício semi-ascético, de alguma malevolência inata que se esconde dentro da dita rapariga?…Ná, não me parece. Perdoem-me a falta de romantismo, mas eu, como bom filho de uma sociedade capitalista, sigo uma máxima de mercado quando se trata de escolher a nossa alma metade: se gosta, quer. Se não quer…é porque não gosta. Tudo o que se afaste disto ultrapassa o meu limitado domínio de percepção da realidade.
Mas eu sou uma pessoa condescendente, até posso admitir que sim, é verdade, tencionam dar-me um corte porque se acham assim tão inferiores à minha pessoa. Bem, nesse caso…ainda pior! Quer dizer, já não bastava estarem a rejeitar-me por uma razão inqualificavelmente imbecil, ainda se divertem a, por cima disso, passar-me um absoluto atestado de menoridade e incompetência quando se trata de escolher raparigas. Caramba, se eu, por alguma razão, escolhi uma rapariga em especial, o mínimo que a dita podia fazer era elogiar a minha escolha dizendo “Parabéns, eu sou realmente uma pessoa fascinante, tens um fantástico gosto.”. Podia dizer isto, mas não, dá-me com os pés e ainda por cima afirma que eu não percebo nada de raparigas. A sério, não usem tal frase.

“Beleza interior”
Ah…a beleza interior…quem não se confrontou já com este fascinante mas dúbio conceito? A verdade é que, como toda a gente sabe, a “beleza interior” é apenas uma expressão mais longa para o sintético “feia”. É um facto conhecido, embora não muito admitido. Fealdade e beleza interior significam uma e a mesma coisa. A diferença é que a segunda soa melhor. A não ser que se estejam a referir às entranhas da pessoa, o que é francamente doentio, eu pressuponho que aquele “interior” representa a personalidade. Ora, sendo assim, a expressão não tem ponta de sentido. A beleza relaciona-se com a apreciação de uma qualidade estritamente estética. Como é que podem apreciar a estética de uma personalidade? A “beleza interior” é o exemplo perfeito de uma contradictio in adjecto.

(N.R.: Como é óbvio, a verdade é que eu já usei ambas as expressões. Ainda estou a trabalhar naquela coisa do “não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”.)