Ver para crer ou o poder da horrrível imagem
É questionável o modo como os EUA tratam os seus prisioneiros de guerra, é questionável até o próprio modo como os EUA iniciam e fazem a guerra. Um país que negoceia nos bastidores da diplomacia um injusto (e perigoso) perdão e tolerância da comunidade internacional para crimes de guerra pelos seus militares (quaisquer que sejam, onde sejam e quando sejam) é no mínimo alvo de alguma suspeita. O pior, é que a mais forte opção a Bush e às suas políticas (ultra)Republicanas é um nome já conhecido de Washington e da Administração Democrata de Clinton, um certo general que comandou a mediática operação militar da NATO (e comunidade internacional) no Kosovo. E daí?... dirão alguns. Daí, acontece que não fosse o bom senso de um general inglês que recusou aceitar uma certa ordem deste general, era possível que o mundo fosse ligeiramente diferente, já que o mesmo militar norte-americano ordenou um ataque a uma coluna russa que tentava tomar ao adversário (sim, o adversário comum aos aliados, não os EUA, portanto) um aeroporto. E isto para quê? Para atribuir esse feito aos EUA. No mínimo é vergonhosa esta atitude de cowboy, que lhe rendeu um regresso a casa e um certo desconforto entre os EUA e Rússia.
É pois questionável, como dizia, o modo como os EUA tratam os prisioneiros de guerra e os, agora, nomeados terroristas. Lembro que ninguém inspeccionou as condições em que estão e o modo como são tratados. Legalmente os EUA não têm qualquer obrigação (tirando, talvez, a moral) de os tratar bem e pessoalmente suspeito que não se preocupem muito em fazê-lo - tenham ou não (e têm) argumentos para não o fazer, é no mínimo horrível que procedam tal e qual como os que acusam.
As imagens da prisão de Saddam chocaram-me, como me emocionaram as de um país cuja maior alegria para as suas tropas é passar o importante Thanks Giving com o seu Presidente nos aquartelamentos no Iraque. É um país capaz do melhor e do pior disseram-me. Têm razão, têm razão...
Mas esta imagem que vi, a ser verdade é chocante. O modo como se tratou este homem que já não constituía ameaça (senão, quiçá, para si próprio) e como se deu a prisão de uma pessoa que apesar de tudo é um ser humano (por mais desumano que seja/pareça ser/se tenha mostrado - em campanhas de verdadeiro marketing, de moralidade questionável - ser). Esta imagem a ser verdade, prova que a conversa que muitos referem não se deu, que não houve cumprimentos, mas apenas isto, uma imagem que quase transpira frieza e agressividade, em que a figura de um barbudo e fraco Saddam fecha os olhos e parece estar inconsciente, por um motivo que apenas podemos imaginar.
Enfim, eis a imagem de Saddam, que dizer? Se for verdade, o mundo deve perceber o que deve esperar dos EUA e destas perigosas políticas que são justificadas com um atentado que seu deu há 2 anos ( que matou 2.500 pessoas contra as mais de 50.000 no sismo no Irão, que jamais será lembrado como foi o 11S) e cujos autores não foram apanhados graças a tais medidas e provavelmente mostram-se, ainda, capazes de repetir o acto numa escala ainda maior. Valerá o povo do Iraque e do Afeganistão o sacrifício para ter uma Líbia ou uma Coreia do Norte sem armamento nuclear? Para quê? Se Israel que tem mostrado não ser muito melhor, conta com perto de 200 armas nucleares desenvolvidas com o apoio e "fechar-de-olhos" por parte da França e EUA? Armas de estruição maciça são a meu ver o menos dos males do mundo, armas nucleares são uma garantia de segurança até serem usadas e, lembro, os únicos que as usaram foram, de facto, os EUA contra populações civis. Poderiam justificar isto com o ataque a Pearl Harbour? Um porto militar? Talvez sim. Mas os EUA são capazes do melhor e do pior, disseram-me. Têm razão, têm razão...
Ficam as palavras, julguem-nas!
Ass: PM
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