O Diva de Portugal

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sábado, abril 17, 2004

Tardes

Os outros também são assim.
E os outros também são românticos
E escondem-se entre livros espalhados pelo chão
E são poetas menores em cadernos de papel velho
E são tudo isso em fogosa inconsciência.
Bahh…
Deito-me… ou não, sei lá.
Empurro-te para trás de paredes riscadas a guitarra.
Preciso é de ficar sozinho.
Sim… sozinho.
Anseio pelo passado em que estava sozinho
E tenho o cansaço antecipado do futuro em que estou sozinho.
Mudo de posição.
Recolho um a um os pedaços daquilo que sou agora.
(espanto-me… descubro-me em mais pedaços do que havia quando eu era ainda eu mesmo)
E contradigo-te.
Grito em silêncio que não.
Rebelo-me… contra ti.
Quero ouvir-te dizer… já!
Que és tão, mais, muito melhor que eu.
Já!
Dá-me razão. (Razão?)
Justifica a minha própria fraqueza.
Faz isso… só isso.
E lá fora há nuvens
Nuvens… nuvens, Meu Deus!
Um tecto opaco de nuvens.
E como pode um homem viver
Em dias em que o dia tem tecto?