O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

terça-feira, novembro 04, 2003

Críticas

Prometi que ia tentar responder às críticas que, finalmente, tinham feito a alguns posts divulgados nesse ilustre blog. Pois bem, aqui vai a (tentativa de) resposta.
Quanto ao post do sobre o referendo do aborto a Mariana (?) disse que os partidos estavam PRECISAMENTE a defender a opinião das pessoas que fazem parte desses partidos. Os partidos não são entidades abstractas, com vontade própria; como é óbvio as suas posições são as posições das pessoas que integram e apoiam esse partido. Quando eu digo que não respeitam a opinião das pessoas refiro-me às OUTRAS pessoas, aquelas que têm uma opinião diferente. E a democracia é isso mesmo, respeitar as decisões da maioria, mesmo quando elas são contrárias à posição que defendemos. Tentar mostrar a nossa posição é algo de meritório, mas se a decisão democrática foi contrária àquilo que esperávamos, parece-me de má fé exigir que se faça outro referendo só para que se obtenha o resultado que EU quero. Respeitar as decisões quando elas me são favoráveis não me parece algo de particular valor, é quando não se ganha que se mostra (ou não) verdadeiro espírito democrático. Mais: dar o exemplo do tabaco é absolutamente incrível. Ambos implicam a morte de alguém?! A pequena (grande) diferença é que quando fumo estou a decidir a MINHA vida, no caso do aborto está em causa a vida de outra pessoa. Antes de mais, nem o direito a tirar a nossa própria vida está previsto em qualquer lei, muito menos o direito de tirar a vida a outra pessoa. O papel de mãe e pai implica muitos poderes sobre a vida do seu filho, mas decidir sobre se ele tem, ou não, direito a viver, não é um deles. Argumenta ainda que abortar é uma escolha que cada um faz, e sobre a qual não interessa a opinião das outras pessoas. Infelizmente (ou não), esse terrível mecanismo que me impõem algo por vontade da maioria já existe há muitos anos: chamam-se leis. As sociedades têm como poder, e como dever, limitar o poder de escolha dos seus cidadãos sempre que se considere que tal escolha não deve ser feita pelo cidadão. Matar, roubar, enganar, fugir aso impostos são tudo escolhas pessoais que eu NÃO posso fazer, porque a maioria acha que não cabe a cada um decidir sobre isso.

Quanto ao post sobre Igreja e sexo, temo que a ideia não tenha sido compreendida, falha mais do autor que da leitora, certamente. A minha intenção não era defender ou criticar as posições da Igreja sobre sexo. Concordo com umas, discordo de outras. Estava simplesmente a tentar demonstrar que o facto de as posições da Igreja Católica sobre o sexo serem, provavelmente, das mais conhecida e discutidas, era revelador da obsessão da nossa sociedade sobre o tema. Até quando se fala de religião, campo onde o sexo não tem quase nenhuma relevância, as perguntas são sobre sexo.

P.S.: Ao longo de toda a crítica eu apareço mencionado como “o Bloguista”. Não se a denominação tem, para a autora, um sentido positivo ou negativo, mas por favor, os posts estão assinados, o meu nome é João.