O Diva de Portugal

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terça-feira, outubro 28, 2003

Poema de Outono Incerto

É Outono incerto este que se me mostra e por isso incerto é o poema e suas palavras, para certo o sentimento que aborda. É Outono Incerto o que mostra a cada dia, à pessoa que só caminha. É Outono Incerto como o amor incerto que se adia. A confissão que se cala, a paixão que se tenta esquecer. São palavras que o vento sopra no ouvido frio, no coração sem chama, sem pavio. É texto sem rima, que tenta encontrar, com custo, a sua mensagem. Sabe a quem se dirige, mas toma-a por distante. Mais que tomar, constata penosa verdade. Pois se o poema torna próxima e certa a paixão, revela o quanto a sua ignorância pelo outro a torna distante e igualmente incerta. E a narração contínua, como a tentação de impressionar, do eu superar. Do amor cativar pela palavra certa que imita o perfeito amor.
O Outono não é época feliz e o amor é chama que não arde, não aquece. Torna incerto o pensamento para quem o toma por incerto? E incerto pois se duvida dele, não por não o saber, mas por saber que outro não o sabe. Que a outro se falta com a confissão, que a outro não se admite a paixão. E falo outro, pois não apenas o homem o sente, também a mulher... e o Outono não se mostra apenas frio e Incerto para mim, estou tristemente certo.
Oh, Outono Incerto, dá-me engenho para escrever melhor o que o coração não pode sentir com mais paixão!


Ass: PM

Para quem sorri aquele incerto sorriso?
Para quem olha aquele castanho olhar?
Quem beijam aqueles tenros lábios?
Quem tocam aquelas delicadas mãos?

Por que nome torce aquele coração?
Que nome é alvo de devota paixão?

O meu eu conheço e não esqueço,
Pois o dia mo relembra,
Quando a noite e o sereno sono o levam