O Diva de Portugal

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quarta-feira, outubro 29, 2003

Casca Mole, o ser que nem o medieval bestiário ousou referir

É gente incerta, que nem os bestiários da Idade Média ousaram descrever pois temiam que a incerta figura tivesse também incerta existência e fosse mero produto da medieval imaginação. É gente que adora o púlpito pela forma do discurso e elogia sua mensagem quando esta se mostra vazia de tudo, menos de ar que se sopra em voz possante. É a essência que desdenha, é a aparência que toma por primeira em tudo. Rege por ela sua macabra vivência. É ser sem sapiente discurso, sem humano pensamento, desprovido de conhecimento, critica e desdenha o útil, abençoa e enaltece o despropositado. Ama a forma, desvaloriza o conteúdo. É casca mole, couraça do engano para estranhas entranhas. Fala com voz de engano e mais não diz que palavras perdidas que em ciclo incompleto se reencontram, abraçam, alegram, elogiam e repetem, sem mais dizer do que o que já se sabia, sem mesmo nada acrescentar ou confirmar. Palavras vazias. Constatam o óbvio, não clarificam o aparente, são ilusão irreal no meio do real, são incerteza na certeza, questão na própria resposta, deslocadas no local de outras.
Eu me cruzei com certo ser em dia de mito enganado, de verdade tomada por certa quando o real foi avistado. E quantos mais não conheceram o mítico ser? Que por nome dá de Casca Mole, nome inglório, e que traja humana figura de falsas vestes criada

Ass: PM