O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

segunda-feira, janeiro 26, 2004

Sorte a dos cinéfilos

Se me pedissem para apontar um culpado para a aparente insatisfação na vida sentimental das pessoas, seria obrigado a indicar um principal suspeito: Hollywood.
Pode parecer paradoxal mas é absolutamente verdade. O facto de estarmos habituados a ver inúmeros filmes ou séries de televisão sobre relações amorosas, provoca uma profunda insatisfação com as nossas próprias relações. Pura e simplesmente porque as nossas não são, nem de longe nem de perto, tão, intensas e dramáticas como as de ficção. Na vida real, nunca há uma chuva impiedosa naquele momento em que ela nos abandona. Na vida real, as palavras soam sempre muito melhor no nosso pensamento do que quando são ditas. E pior ainda, nunca ninguém diz AQUELAS palavras que fazem todo o sentido ouvir. Na vida real, os olhares ou os sorrisos nunca dizem tanto como no écran. Na vida real, as coisas não acabam sempre bem. Na vida real, passas pelas mesmas pessoas meses seguidos sem nunca dizeres o que queres (ou deves). E depois, quando finalmente dizemos aquilo que queremos (ou devemos) a resposta nem sempre é um sorriso. Na vida real, as nossas acções, das mais banais às mais grandiosas, nunca têm uma banda sonora que lhes dê significado. E na grande maioria das vezes, só a música é que parece conseguir dar uma aparência de sentido às acções humanas. Na vida real, há mais boys will be boys do que boy meets girl. Há mais acções estúpidas do que reacções acertadas. Na vida real, há mais falhanços. E na maior parte das vezes aquele filme termina ali mesmo, na cena do falhanço. Mas o pior, o pior mesmo, é que na vida real, as raparigas não são tão bonitas como nos filmes.