Leiam isto e mais que isto!
Pois é, estamos numa época em que se lê pouco. Não fossem as legendas dos filmes, as instruções das playstations, os blogs ou os e-mails, o que seria da leitura?
Relembro com uma certa nostalgia os tempos passados. A geração dos meus pais, saída de uma revolução que findou uma ditadura e trouxe a paz da democracia amava a leitura. Era a oportunidade de ler o que não se podia, explorar o desconhecido, fazer uso da liberdade tanto ansiada e então ganha, era uma forma de honrar esse novo direito. E assim, de um modo subtil apareciam os grupos de intelectuais e mesmo cidadãos normais com alguma cultura. Tudo se perdeu na geração seguinte, nascida a partir de 74. Para eles a liberdade era um dado adquirido, uma mera palavra. A ditadura uma memória estranha, algo irreal, um mero termo a decorar na aula de História. O 25 de Abril “menos um dia em que trabalhar”. A leitura passou de um prazer redescoberto, uma liberdade reconquistada, a um, sacrifício impossível de se rodear, uma obrigação escolar, académica, profissional. Ler muito passou a ser sinónimo de estupidez, preza-se o eu, a nossa opinião, mas ao mesmo tempo e ironicamente nega-se e marginaliza-se aquela que é a melhor ferramenta para a construir.
Os blogs são um bom início, mas o fim? Esperemos que não. Esperemos que os que escrevem, criticam, os que lêem e os que vêem compreendam que isto não é o fim, o máximo a que a sua visão pode aspirar no que toca a leitura, mas o início. O problema não está em ler, mas em encontrar o estilo preferido. Eu demorei anos e apenas o encontrei lendo, preferindo uns, detestando outros, esquecendo uns em instantes, recordando outros (poucos) para sempre.
Foram certas palavras que me deram o gosto por escrever, por sentir as palavras, por as fazer nascer e produzir pensamento escrito, de superar o que li, de melhorar, de continuar... A escrita é isso, somos nós na máxima expressão, sem problemas, sem limitações, sem questões, apenas nós e o suporte, primeiro em branco, depois cheio por expressões, não mais do que construções de pensamento sentido.
Leiam! E se querem sugestões, elas não faltam! Leiam aventura, leiam romance, leiam policiais, leiam banda-desenhada (que tão boa se tem feito!), leiam tudo... não ler nada, isso é que não! A leitura não reprime, não limita, não conduz a imaginação, não a perturba, mas sim alimenta, fomenta, incentiva, desafia. Desafiem-se, leiam, escrevam e leiam o que escrevem, descubram-se pela escrita!
Ass: PM
PS- E se quiserem deixem que outros vos descubram, publiquem, mostrem. O Divã é um espaço aberto! Procuramos textos, pessoas, nomes, novas opiniões! Sérias, com piada, com jeito, com inspiração, sem ela, normais, anormais, especiais!
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