O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

domingo, outubro 05, 2003

O Gemdalf

Sou um puritano no que toca à leitura. Na verdade, não gosto muito de ir nas modas. Desagrada-me um pouco a exploração mediática e comercial do Harry Potter, que retira qualquer mérito próprio à obra.
Curiosamente acabei de uma forma "involuntária" (quase espontânea) por contactar com esta obra. Comprei o meu livro levado por um conselho de um amigo muito antes desta infernal e saturada moda. Ambos na altura não sabíamos o que era o fenómenos HP (ainda nem tinha nascido! estar-se-ia a 1-2 anos do filme) e foi o título da capa que o atraiu e o levou a aconselhar-me o mesmo após uma boa leitura. Li, portanto, o HP sem ser por pressão comercial e digo que me soube bem, não digo que foi o melhor livro que li, pois não foi, mas que foi um livre curioso e com imaginação.
Depois, um mês ou dois depois, li numa revista um artigo sobre os criadores de mundos fantásticos (estaríamos a 1 ano da euforia do Senhor dos Anéis). Li a trilogia de Tolkien e em seguida as restantes obras, tudo fora da euforia comercial e digo que preferi a primeira leitura á segunda. A segunda foi um avivar de memória, uma comparação com a visão do realizador, com o tratamento comercial da obra.
O melhor livro é aquele que se lê, não aquele que se compara... por isso, o livro é muito melhor que o filme, mas acima de tudo é ainda melhor se o lermos por ler e não porque é moda, é igual ao filme ou algo assim.

No meio disto tudo, e o que dá título ao post, é um erro crasso na minha versão d' O Regresso do Rei, uma versão pura lançada antes do filme. Na contra-capa aparece um erro gravíssimo, Gandalf é chamado de Gemdalf (ou algo assim). O grave não é esta confusão, natural para quem lê o livro pela primeira vez, o grave é que a pessoa que escreveu a contra-capa não tenha tido o trabalho mínimo de confirmar.

Este parece-me ser um problema gravíssimo, a súbita criatividade dos tradutores. Tome-se como exemplo, os títulos dos filmes. Quantos filmes não se perdem quando, ao consultar o jornal, se dá com títulos que nada têm a ver com o original? Há certos casos em que a tradução e adaptação beneficia a mensagem: é o caso d' O Silêncio dos Inocentes (The Silence of the Lambs - O Silêncio dos Cordeiros numa tradução literal) que ganhou uma certa seriedade num título que em português se assemelharia ao de um conto infantil. Contudo, há que ter conta, peso e medida. Devia ser dada maior atenção a este problema que afecta muito o filme, pois o filme também é o título, um livro também diz muito pelo título que pode ser (de uma forma vital) complementar e conclusivo em relação à obra! Atenção, portanto!

Ass: PM