O Diva de Portugal

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domingo, novembro 16, 2003

GNR no Iraque

No dia em que a missão portuguesa partia para o Iraque, os soldados italianos que era suposto receberem os recém-chegados militares portugueses sofreram um terrível ataque terrorista que causou inúmeras vítimas. Como era de esperar a oposição nacional protestou, mais por obrigação que por convicção, mas o governo manteve-se firme e os GNR acabaram mesmo por embarcar. Na minha opinião a decisão não podia ter sido outra. Recuar agora era, gostem ou não, vergar-se perante os actos dos terroristas que actuam em território iraquiano. Por mais que se discorde dos motivos da invasão, a guerra (sim, ainda é uma guerra) é agora entre o que resta dos fieis de Saddam apoiados por grupos terroristas e as tropas aliadas presentes no Iraque. O lado da barricada que devemos ocupar é, para mim óbvio, e só se reforça por cada ataque suicida contra tropas aliadas. Aliás estes ataques terroristas, em vez de motivo de repulsa e condenação, têm servido como arma de arremesso contra alguns governos mundiais e o mesmo se passou no momentos do ataque contra os militares italianos. No momento em que se exigia determinação, solidariedade internacional, honra e verticalidade pela certeza naquilo em que se acredita, os inevitáveis Francisco Loução (BE) e António Filipe (PCP) vieram repetir a ladainha do perigo para o mundo e da ocupação dum país soberano. E que interessa que a ONU, a mesma que tanto têm invocado nos últimos tempos, legitime a presença aliada no Iraque e apele expressamente à solidariedade, “incluindo com forças militares”, para o esforço internacional. Diz Louçã que os GNR serão “carne para canhão”. Pois bem, passe o sound byte exagerado do costume, ninguém afirmou que a missão é isenta de perigos, mas a capacidade de estarmos dispostos a arriscar vidas (o meu louvor aos voluntários) em defesa dos nossos valores é uma das coisas que nos distingue da cegueira do fanatismo terrorista. Esquecer convicções, hesitar, ceder no momento da primeira dificuldade, tem um nome, cobardia, e francamente esse é um epíteto que não me parece condizente com Portugal. Se é verdade que nos encontramos juntos na luta contra o terrorismo internacional, então que se honre essa convicção com a participação na tentativa de normalizar Iraque.