Carnavalesca interpretação da humana emoção
É um pequeno desafio, interessante de se desafiar e de se ser desafiado. Desafio, palavra amarga e injusta para construir, criar, escrever, uma página encher partindo do quase nada, mas do tudo nesse pequeno nada contido. Partindo de uma mágica frase, pelas palavras sem primeiro significado, sem propósito derradeiro, sem certo destino ou escrito fim.
E escrever pode ser deixar falar a emoção? Talvez não, talvez sim, talvez talvez. Não é deixar, mas sim não limitar. E que diferença faz? Muita. É admirar a criação e não nos limitarmos à parva e inútil contemplação (que no seu inocente erro mais deve à emoção que à lúcida razão), é assumirmos nela o nós, o eu de cada um. É assumirmos e gritarmos nas sonoras e sensíveis palavras que sim, que admitimos, que assumimos, que consentimos e repetimos o que a emoção sem moderação, sem condição imposta, exprimiu. É não responder com respostas vagas, com ironia de insonoro cinismo, com olhares vazios, com virares de faces coradas, nem mesmo com gaguejares, com palavras de nenhum, com cantigas, com graças e com jejum de ideias e coragem.
Há que escrever, já o disse e agora repito, mas escrever para nós, com sentimento, com sofrimento é certo, com prazer de ver e admirar o que se acaba de criar, o que saiu dali, o que se encontra ali, o que significa aquilo e o que se fará daquilo. Ler, escrever, admirar, criar, recriar, aperfeiçoar. Regras básicas, que todos sabemos, todos cremos como certas, todos entendemos, todos percebemos, mas todos esquecemos. Não o esquecer de quem percebe mas quer outro rumo tomar, mas de quem percebe mas a mais não se atreve.
Escrever banalidade, sem originalidade, sem sentimento, sem sinceridade tudo erro. Escrever por escrever não será pilar central, escrever para o derradeiro leitor de nós, isso sim, é. Reler, é o que se deve também fazer, pois ao fazer isso neste texto se encontra a resposta para quem é o derradeiro leitor de nós.
Ass: PM
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