O Diva de Portugal

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domingo, dezembro 14, 2003

Paixões

Há dias uma colega perguntou-me, em tom de brincadeira, se não havia maneira de fazer com que as pessoas se apaixonassem por nós. Respondi-lhe que existia uma solução 99% eficiente: tornar-se rica. Como esperava, a dita colega mostrou-se indignada q.b. e tentou convencer-me da existência de sentimentos que “valem mais que outros”. Foi a deixa que esperava para poder tentar desmontar pela 4900000ª vez aquelas bácoras do “amor genuíno” e da “beleza interior”. Por alguma razão inexplicável, a maioria das pessoas que encontro, sobretudo raparigas (perdoem-me o chauvinismo), tendem a abespinhar-se quando confrontadas com a evidência clara da influência que o nível socio-económico de alguém tem na atracção que sentimos por essa pessoa. E mesmo quando lhes é impossível negar tal evidência argumentam que o “verdadeiro amor” (?!) não tem nada a haver com factores como o aspecto físico, o nível de vida ou a classe social. Meus amigos: é ÓBVIO que tem tudo a haver. E quando alguém vos tentar impingir a filosofia Pocahontas de que há algo de errado com a mera atracção física ou com o fascínio pela dolce vita, mandem-nos passear dizendo que vão sair com a Cameron Diaz. Mas vamos por partes: beleza física. Essa tanga da beleza interior foi obviamente inventada por uns camafeus ressabiados por não terem arranjado par no baile de finalistas. Porque é que se eu me apaixonar por uma intelectual inglesa é amor verdadeiro mas se preferir a Liz Hurley já não é? A beleza exterior é algo de fantástico. A capacidade de apreciar, reconhecer e tirar prazer da mera observação da beleza estética é uma das capacidades mais valiosas e fascinantes que o Homem possui. E é um absoluto crime contra a Humanidade abstermo-nos de apreciar a beleza do corpo humano. Aliás, não deixa de ser curioso que seja valorizada a capacidade de apreciar o belo num quadro, numa fotografia, numa paisagem ou num filme, mas seja repreensível que um homem (no meu caso) escolha a sua companheira com base na sua beleza.
O outro ponto de discórdia é a atracção pelo nível social de uma pessoa. Este é um ponto ainda mais difícil de rebater, de tão habituadas estão as pessoas às histórias melosas da gata borralheira e afins. Um príncipe? Apaixonar-se por uma empregada sopeira? Pois,pois…Só uma lobotomia mal conduzida é poderia explicar tal atracção (ou então era uma empregada MUITO bonita). É absolutamente normal que o poder económico seja um factor de atracção. E com isto não me estou a referir àqueles casamentos onde os maridos, ricos e velhos, morrem rapidamente, deixando as suas fortunas às inconsoláveis viúvas. Nada disso. Simplesmente uma pessoa com mais dinheiro tem acesso a todo o tipo de vivências, experiências e objectos que tornam um ser humano mais interessante. Como é que esperam que eu me apaixone por uma peixeira do Norte cuja principal actividade cultural é o Vidas Reais e cuja história mais fascinante é uma viagem de autocarro a Braga, em detrimento da herdeira de uma fortuna bilionária que visitou todas as culturas do mundo, é uma consumidora ávida de livros, cinema, teatro e arte; já conheceu inúmeras personalidades fascinantes e tem uma vida acelerada e apaixonante? Dir-me-ão que “o dinheiro não traz felicidade”. Pois não, simplesmente por que não existe tal coisa como “a felicidade” integral e absoluta. Mas todas aquelas coisas que podem tornar a nossa (única) vida mais fascinante e recheada de momentos felizes estão relacionadas com ter, ou não, dinheiro. Incluindo as pessoas que se apaixonam por nós.