O Diva de Portugal

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sexta-feira, dezembro 26, 2003

Televisão II

Os reality-shows da televisão portuguesa perturbam-me. Chocam-me, se preferirem. Confundem terrivelmente a minha sensibilidade. E não é somente pela absoluta vacuidade intelectual dos participantes. Oh, não. Afinal eles não estão lá para provarem a sua inteligência, e mesmo se estivessem, o mero facto de se terem inscrito era por si uma resposta cabal. Não, a mim o que me perturba verdadeiramente é o facto dos participantes chorarem. Todos, sem excepção. Rapazes e raparigas choram desalmadamente pelas coisas mais patéticas que imaginar se pode. Cada vez que ligo a televisão lá está um deles (ou todos ao mesmo tempo) a chorarem. Mas a chorarem com sinceridade. E com lágrimas. Seja porque não vão poder ver por dois dias o rapaz que conheceram há dois dias, ou apenas porque o formato daquela nuvem lhe lembra o pónei que a mãe nunca lhe deu, é certo que se vão esvair em lágrimas. E quando no meio desta piroseira miserável um tipo pensava que não podia ser pior, olha-se para a televisão e repara-se que os rapazes choram tanto ou mais que elas! ELES! Os homens! Caramba, já que são absolutamente mentecaptos e têm um QI conjunto de 3, o mínimo que podiam fazer era comportarem-se dignamente. Mas não; choram quando ficam, choram quando saem, choram quando o amigo fica e choram quando o amigo sai. É piroso, é meloso, é foleiro, é parolo, é xaroposo, é violento, é desnecessário. Não é uma coisa bonita de se ver. Um homem, repito um HOMEM, só chora em dois momentos da sua vida. Quando a mãe morre e quando o clube perde. Tudo o mais é uma tristíssima exibição de sentimentos. E por causa disto, e por mais razão nenhuma, vos digo: filho meu, não vê reality-shows em Portugal!