O Diva de Portugal

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sexta-feira, outubro 17, 2003

Poema do Amor

Mais um poema da minha autoria, o amor como tema, esta paisagem como pano de fundo. São as alegrias da contemplação, a mágoa da recordação da mítica visão. O amor é isso, é a dúvida de o sentir, é a incerteza de o outro sentir, é a confirmação da paixão na mútua confissão. O amor é único e não é mentira dizer que é impossível percebê-lo sem o sentir, é tão somente uma estranha verdade...
Não rima, o amor também não, não é apenas a rima a essência de um poema. Tal como no amor, não é na aparência que se concentra a sua máxima beleza, é no sentir das palavras, do texto escrito, do texto lido.

Ass: PM


Longínquo amor

Longe está a minha dama, enquanto escrevo
Longe do meu olhar de enamorado
Longe do meu terno toque...

Face serena e oculta
Como sua delicada postura
Beleza fruto de atenta e generosa Natureza.

As costas que vejo mais não são
Que o derradeiro muro que a separa
Do meu amor por ela.

Entre elas se esconde seu cabelo
Longo, repousando em sua cuidada forma,
Cabelo de cor cujo nome é menos belo que a visão dela.

E nelas costas, vejo escondido o olhar
De beleza tal que nem tamanha procissão
De belezas múltiplas, lhe faria justiça.

Os poetas tentam, mas sempre falham
Suas descrições não são apaixonadas, inspiradas ou infiéis á beleza
Que sem sucesso tentam louvar em formosas linhas de rebuscado texto.

E eu longe me mantenho
Longe da sinceridade da apaixonada verdade
Longe do terno beijo que ela me prometeu
Longe do meu único amor, da minha verdadeira condição
Longe, aqui, com as incertezas que ele me deixa

Ass: PM