AAC e propinas
Na sequência das maravilhosas intervenções com que o inefável presidente da AAC, Vítor Salgado (aka DODOT), nos tem brindado, propôs agora que se decretasse luto académico, o que implicaria a não realização da Queima das Fitas. Francamente, duvido que até Vítor Salgado seja ingénuo ao ponto de pensar que alguém se importaria com a falta da Queima para além dos próprios estudantes, mas, de qualquer maneira, esta medida está, mais ou menos, ao nível das anteriores, ou seja, patética e inconsequente. Aliás, custa-me a crer que a maioria dos estudantes universitários esteja de acordo com as posições que a academia tem tomado. Afinal não nos podemos esquecer que estas medidas são aprovadas em Assembleias Magnas ou RGA’s cuja participação dificilmente é representativa da totalidade da população estudantil.
Primeiro tivemos direito às manifs e protestos do costume, nada de mais, para dizer a verdade há muito que ninguém lhes dá qualquer importância. A partir daí sim, parece-me que esta direcção da AAC perdeu qualquer tipo de decência. Começou com a triste ideia de invadir o Senado quando estivesse em votação a questão das propinas, de modo a impedir a discussão e fixação das mesmas. O conceito, infelizmente já copiado noutras universidades e politécnicos, é de um desrespeito democrático que chega a ser insultuoso. Realmente é uma fantástica demonstração de espiríto democrático invadir o órgão legítimo de decisão sempre que a maioria votar alguma resolução com a qual não se concorda. Eu gostava de saber o que Salgado diria se, por exemplo, os professores decidissem invadir as Assembleias de alunos para impedir que estes decidissem a sua forma de actuação. Da próxima vez que este presidente da Academia vier pedir uma maior participação dos alunos nos órgãos da Universidade, que se lembre da maravilhosa intervenção que tem tido no Senado.
Mas, e quando se pensava que não podia ficar pior que a actuação no Senado, a direcção da AAC sacou da última jogada, a verdadeira piéce de resistance: fechar a Universidade a cadeado. Enfim, criticar mais esta acção de protesto é tão fácil que, sinceramente, nem constitui desafio merecedor do tempo gasto. Resta, por isso, lembrar que, aquando da eleição do novo reitor, a AAC celebrou um pacto de cavalheiros com o recém eleito reitor, onde se comprometia a não utilizar o encerramento da Universidade como forma de protesto. Ainda bem que são pessoas respeitadoras da sua palavra, senão, ainda poderíamos ver cadeados nas portas das Faculdades…
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