Para reflectir um pouco...
É a incerteza tornada certeza pela palavra? O livro dizer mentira como verdade incoerente não a torna mais do que é, apenas agrava a sua condição de mentira. Mais que se dizer, deve-se sentir. O amor, o poema, a escrita, a vida, a amizade. Não é a altura que o outro indica, que o outro narra, que o outro diz ser certa, não é a teoria que impõe, mas o sentir ou não. Muito se sente e a lógica acha incerta. O amor é ilógico mas existe, tem validade em todos os campos, mas desaba a mais robusta teoria ao mostrar como é insustentável, ilógico, incoerente. E no entanto pode-se dizer algo incoerente, prova máximo que mesmo o que não é lógico existe e tal não é mais que prova primeira disso. Sim, a incerteza, a certeza são relativas. Para mim muito me parece certo, para outros, talvez mais comedidos, se mostram meras incertezas, hipóteses.
Mas se as sentimos como certezas, as vemos como tal, que lhes falta? A comprovação, talvez. Muitas vezes isso é possível, mas noutras não. E não basta depender de nós ou não, pois mesmo a nós pudemos ser maus confidentes. Os nossos sentimentos os nossos actos mostram-nos mais do que o pensamento ou é o pensamento mais sincero que o acto? Ou é o acto pensado a verdadeira sinceridade? Dúvidas... oh, são ingratas! Ingratas dúvidas! Mas é a dúvida a chave para a dinâmica, a chave para o pensamento, a dúvida é o início da resposta e seu fim lógico, pois a ambição do saber não põe limites à dúvida, incita-a, inclusive. E que dúvidas temos? Eu conheço as minhas... e os que leiam este texto sem sentido, sem certeza, apenas com a dúvida e a certeza que resta na sua macabra condição.
Ass: PM
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