Santo Graal
O pretexto para reinventar, eis como defino o Santo Graal. O Santo Graal, mítica metáfora, bela lenda, mito intocável, visão de sonhos únicos, cálice máximo da Última Ceia. Santo Graal, mostra de Fé, mostra de poder, mostra de uma crença que levou muitos a lutar pela sua fé, a dedicar as vidas na demanda pelo mito que dela parte. O Santo Graal, não foi objectivo primeiro das cruzadas, mas muitos nelas o procuraram secretamente. Uns dizem que está com os Templários (junto da cabeça de Cristo, acrescentariam outros), outros que se perdeu, outros que alguém o achou e o escondeu (e para esses, reforçam, não foram os Templários) e, por fim, ainda há outros que acreditam que nunca existiu e que Cristo beber por tal cálice foi cousa que nunca sucedeu.
Mas é por ele que Umberto Eco guia a sua mágica figura no seu último e imaginativo romance, Baudolino. Baudolino, que é também o nome do personagem. Do anti-herói, do mentiroso compulsivo, do inventor que se (re)inventa e ao seu passado, do amante fugido do seu derradeiro amor, do filho esquecido, do secreto amante do primeiro amor da sua vida. Baudolino, senhor de grande aventura, mente por detrás de mágica demanda por mágico objecto, o Santo Graal.
Já em O Pêndulo de Foucault tal objecto tinha sido referido e mesmo em outros livros, pois o Santo Graal é também uma metáfora para explicar a Fé, para explicar uma missão, também um pretexto para acreditar, para lutar, para demandar. E não temos todos na vida um Santo Graal?
Eu tenho e traja ouro em sua face, que a cobre mas não esconde sua beleza, pois é tão mais bela do que a do que a cobre pudicamente.
Ass: PM
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