As propinas
Pois é, a blogista Beatriz fala mui sabiamente... curvo-me perante a pertinência da sua rara, mas esperada, intervenção!
E como o justo ouve e compreende, mas apreendendo a mensagem, a faz falar por si e por novas prespectivas (talvez mais ricas) eu também direi umas poucas palavras sobre esta temática que não me é de todo estranha.
Ainda no passado domingo, nem é preciso esforçar a memória, um certo jornal trazia um certo artigo sobre este certo tema. Era um artigo muito elucidativo sobre alguns estudantes que vão para a universidade de carro (e viam-se Volvos e Mercedes, coisas humildes portanto...) e que afirmavam ser contra as propinas.
Ora, uma coisa é certa. Os que não podem, são os que mais aceitam estas mudanças. Não concordam, mas pagam, porque não podem parar de estudar, porque têm que estudar. Muitos trabalham para ganhar o dinheiro que paga a propina, a cantina, a vida humilde de universitário sofrido. Outros, ainda, não pagam com o seu trabalho, mas têm consciência que outros o fazem e por amor, respeitam o sacrifício, sacrificando-se também eles um pouco. Outros, nem têm grande sacrifício, nem grande abundância e são comedidos nos gastos pois sabem que isso é um princípio para toda a vida. Eu identifico-me mais com os últimos. Não serei eu a pagar directamente as propinas, mas não posso deixar de o fazer e por isso há que respeitar quem o faz.
Aos que vêem nos aumentos uma real impossibilidade de pagar, que se aumentem os apoios, que a política social seja justa para com eles. Os que guiam carros de luxo, não podem fugir à responsabilidade e obrigação de pagar, não pelos que não o fazem, mas pelo que devem.
Do ponto de vista emocional compreendo os últimos (os dos carros, o da vida mais ou menos folgada). Sentimental compreendo-os, conheço alguns (não muitos) que frequeentam a universidade, um que até tem um carro "humilde". Mas também conheço outros, que estudam com sacrifício e nunca os vi protestar das propinas (em muitos casos mais altas, devido à natureza do ensino).
É duro pagar propinas quando supostamente estamos a prestar um serviço ao país ao ingressar num curso que tem como objectivo colocar no mercado mão-de-obra mais especializada e supostamente mais apta a exercer as suas funções ou a competirem com os trabalhadores estrangeiros que numa Europa livre e unida estão aqui ao lado e têm (teoricamente) as mesmas hipóteses e possibilidades de ingressar. Compreendo que alguns sejam genuínos quando dizem que pensam nos que não podem pagar, mas muitos não. Muitos são apenas uns frustrados que vêem que a sua mesada vai ter que ser gasta numas propinas e menos numas 3 cervejas para engatar a gaja e levá-la a "conversar" no BM.
Haja moderação nesta questão, haja realismo na opinião, haja justiça nas palavras! Falou bem a Beatriz, espero ter eu completado o que ela disse.
Ass: PM
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