O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

sexta-feira, dezembro 05, 2003

Rádio

Foi aprovada à pouco tempo em Assembleia da República uma lei que obriga a que as rádios passem 50% de música portuguesa. Apesar do aparente consenso entre os partidos (julgo que a votação foi unânime) da minha parte a medida é injustificada, injusta e inútil. Antes de mais sou contra o princípio de que se deva passar mais música portuguesa só por ser portuguesa. As rádios devem ter a liberdade de escolher as músicas que pretendem divulgar, não há nenhuma razão para que eu, como apresentador de um programa de rádio, seja obrigado a passar uma música de que não gosto ou que não quero passar, só porque é de origem portuguesa. É um proteccionismo bacoco, sem razão de ser e anacrónico no mundo de hoje. Mais: se a música é um produto vendável, e cada vez mais o é, que razão tem agora qualquer político para protestar que os produtos portugueses não têm as mesmas hipóteses no restantes países? Os proteccionismos injustos de que acusamos os outros países não fazem mais do que seguir no mesmo espírito da lei da rádio agora aprovada.
A música é uma forma de expressão cultural, é uma arte. E, como toda a arte, ultrapassa largamente o conceito de nacionalidade. Que sentido faz que se obriguem as pessoas a comprar apenas pintura portuguesa? Ou que tenhamos de assistir a uma peça portuguesa por cada vez que assistimos a uma produção estrangeira? Não há absolutamente razão nenhuma para que se prefira uma produção artística em detrimento de outra, apenas com base no país de origem. E para aqueles que pretendem com esta medida melhorar a música portuguesa, dificilmente poderiam ter escolhido pior solução. O pior que se poderia fazer a uma música portuguesa, com uma qualidade pouco mais que mediana, fechada e pouco original, era proporcionar uma redoma protectora sobre essa música. Como podemos esperar que haja um desenvolvimento a sério no sentido de um maior profissionalismo, de uma maior criatividade e variedade, se a mensagem que se envia é que a música portuguesa passa de qualquer maneira e SÓ por ser portuguesa? É o regresso da mesma mentalidade fechada, mesquinha, proteccionista, à imagem do velhinho “orgulhosamente sós!”, que sempre nos impediu de termos uma sociedade verdadeiramente aberta e moderna. Em vez de desenvolver uma saudável partilha e divulgação da música de todo o mundo, é triste ver que os músicos portugueses (e foram eles o principal grupo de pressão) continuam fechados sobre o seu umbigo, mais preocupados em promover as suas carreiras do que em ser um factor de desenvolvimento e abertura do cenário cultural do país.

Patética Desculpa de Política

De início não quis acreditar, mas quando confrontado com as imagens fui forçado a aceitar o ridículo como real. Pelos vistos, 10 (10!) presidentes de câmara de autarquias do Norte decidiram reunir-se num hotel e elaborar um documento solicitando a Pinto da Costa que se recandidate à presidência do FCP. A originalidade até teria a sua piada se não nos obrigasse a encarar a patética mediocridade dos nossos autarcas. Perante isto resta-nos pressupor que, a partir de agora, os programas eleitorais terão incluída uma referência ao dirigente desportivo que o candidato pretende apoiar se for eleito. Afinal de contas, já que eles o fazem, o mínimo é que informem disso as populações para que estas possam votar em consciência.

Mais um, mas não apenas um mais!

Eis que recebi uma sugestão para visitar um blog, o Blogo Social Português de seu nome, Paulo Pereira seu autor. Gostei da sugestão, achei curioso o blog, o formato, o conteúdo. Desconhecia-o, por certo, muitos que lêem este post também.
Por isso, aqui vai a sugestão:
Blogo Social Português

Ass: PM

quarta-feira, dezembro 03, 2003

Frases

Já que ultimamente apareceu um post com citações e frases, decidi partilhar também a minha mini-mini-pesquisa, que me roubou 5 minutos de vida. E, por que não admiti-lo, é uma boa maneira de encontrar assunto quando não há nada para escrever.

- “Dizem que a mulher é profunda – porquê? Nunca se lhe chega ao fundo. A mulher nem sequer é chata.” Nietzche, O Crepúsculo dos Deuses
- “Merece a morte! Acho que sim. Muitos dos que vivem merecem a morte. E alguns dos que morrem merecem a vida. Podes dar-lha? Então não te mostres tão empenhado em distribuir a morte como julgamento.” Tolkien, O Senhor dos Anéis – A Irmandade do Anel.
- “Um pessimista é um optimista bem informado”
- “Se a morte fosse algo de bom, os Deuses não eram imortais.”
- “Clarissa quer, de súbito, mostrar toda a sua vida a Louis. Quer despejá-la no chão aos pés dele, todos os momentos intensos e sem sentido que não podem ser contados como histórias. Quer sentar-se com Louis e examiná-los.” Michael Cunningham, As Horas
- “Em cada uma das tuas acções particulares pensa e pergunta-te se a morte te parece temível porque te priva dessa acção.” Marco Aurélio, Pensamentos
- “To secure peace is to prepare for war.” Metallica, Don´t Tread On Me
- “A tua proposta é honesta padeiro. Simplesmente, existe um senão: os pobres fazem-me morrer de tédio. Têm horror a tudo aquilo que me agrada.” J. P. Sartre, O diabo e o bom deus
- “The sure mark of an unliterary man is that he considers “I’ve read it already” to be a conclusive argument against reading a work.” C. S. Lewis, An Experiment in Criticism
- “Quem controla o passado, controla o futuro: quem controla o presente, controla o passado.” Orwell, 1984
- “Life is a tale
Told by an idiot, full of sound and fury,
Signifying nothing.” Shakespeare, Macbeth
- “All animals are equal. But some animals are more equal than others.” Orwell, Animal Farm

domingo, novembro 30, 2003

O Euro 2004

Ah que bom! Portugal vai, provavelmente, jogar com a Espanha e logo no início! ;-)
Ainda me lembro dos tempos dramáticos em que se Espanha não fosse apurada o Euro 2004 ia render muuuuito menos do que se previa! Felizmente isso, agora, é uma questão que nós podemos controlar (isto se não formos derrotados pelo nosso orgu... quer dizer, pela Grécia logo no primeiro jogo)! Pois mas é, ainda assim, um grande dilema:
a) deixamos ganhar Espanha, fazemos figura de urso, mas o turismo fica contente
b) ganhamos nós, os espanhóis ficam lixados e vão para Espanha mais cedo
Eu cá não sei o que escolheria e a ver pela cara do Mr. Scolari ele também não sabe. Temos mas é que perceber que os adeptos de futebol (principalmente um fanático que paga para vir da Noruega ver um jogo com uma equipa que ninguém conhece) não são turistas por natureza. Não os estou a imaginar "eh pá belo jogo e aquela porrada na polícia de choque... pára tudo, ainda não vamos para a Noruega, antes temos que ver a beleza dos Jerónimos!"
Efectivamente, quantas pessoas estarão interessadas em visitar as belezas de Portugal? Quantas voltarão sequer, se não houver aqui um jogo de futebol? Resta ver o caso da Bélgica e Holanda, nas últimas excursões são só "adeptos futebol" nos circuitos turísticos, de resto.

Ass: PM