O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

sexta-feira, dezembro 26, 2003

Comentários

Sei que não tenho feito isto e aqui fica o sincero mea culpa, mas prometo, a partir deste momento, tentar responder a todos os comentários, dúvidas ou provocações que os meus posts merecerem. Por isso força nesses comments para poder ter com que me entreter quando não me lembrar de um assunto para um post.

Televisão II

Os reality-shows da televisão portuguesa perturbam-me. Chocam-me, se preferirem. Confundem terrivelmente a minha sensibilidade. E não é somente pela absoluta vacuidade intelectual dos participantes. Oh, não. Afinal eles não estão lá para provarem a sua inteligência, e mesmo se estivessem, o mero facto de se terem inscrito era por si uma resposta cabal. Não, a mim o que me perturba verdadeiramente é o facto dos participantes chorarem. Todos, sem excepção. Rapazes e raparigas choram desalmadamente pelas coisas mais patéticas que imaginar se pode. Cada vez que ligo a televisão lá está um deles (ou todos ao mesmo tempo) a chorarem. Mas a chorarem com sinceridade. E com lágrimas. Seja porque não vão poder ver por dois dias o rapaz que conheceram há dois dias, ou apenas porque o formato daquela nuvem lhe lembra o pónei que a mãe nunca lhe deu, é certo que se vão esvair em lágrimas. E quando no meio desta piroseira miserável um tipo pensava que não podia ser pior, olha-se para a televisão e repara-se que os rapazes choram tanto ou mais que elas! ELES! Os homens! Caramba, já que são absolutamente mentecaptos e têm um QI conjunto de 3, o mínimo que podiam fazer era comportarem-se dignamente. Mas não; choram quando ficam, choram quando saem, choram quando o amigo fica e choram quando o amigo sai. É piroso, é meloso, é foleiro, é parolo, é xaroposo, é violento, é desnecessário. Não é uma coisa bonita de se ver. Um homem, repito um HOMEM, só chora em dois momentos da sua vida. Quando a mãe morre e quando o clube perde. Tudo o mais é uma tristíssima exibição de sentimentos. E por causa disto, e por mais razão nenhuma, vos digo: filho meu, não vê reality-shows em Portugal!

Televisão I

Posso ser eu o único a achar mas enfim, aqui vai o desabafo. Os participantes de Quem Quer Ser Milionário são BURROS. São burros não, são ignorantes. Mas não dos comuns ignorantes (nos quais, suponho, me incluo). Não, isso era demasiado simples. Os participantes do concurso são ignorantes à bruta. Espantosamente ignorantes. Estoicamente ignorantes. Estupidamente ignorantes. São de uma ignorância tal que é asfixiante e enternecedora ao mesmo tempo. São o paradigma filosófico da ignorância. São a demonstração matemática do que é ser ignorante. São IGNORANTES. Ponto.

domingo, dezembro 21, 2003

Música, hem?...

Como consumidor ávido de televisão que sou, não pude deixar de reparar que na MTV está a decorrer a “Semana da Música”. Sempre é uma variante dos programas de culinária, bricolage, documentários, talk-shows e emissões desportivas que fazem o dia a dia da estação de televisão americana.

Liberdade/Religião

Foi aprovada recentemente por Jacques Chirac a resolução que proíbe a utilização de símbolos religiosos em escolas públicas. Como toda a gente sabe, esta polémica começou com a expulsão do ensino público de raparigas que insistiam em usar véu sobre a cabeça. No entanto esta nova proibição vai um pouco mais além: é proibido o uso de véu pelas raparigas islâmicas e o uso da kipah aos rapazes hebraicos. Como em quase tudo, existem argumentos válidos tanto contra como a favor da decisão, mas não posso esconder que, pessoalmente, não nutro grande simpatia pelos caminhos que esta posição aponta. Esta decisão insere-se numa ideologia laicista-jacobina que parece absolutamente obcecada em eliminar qualquer resquício de religião ou espiritualidade nas sociedades contemporâneas. Todos concordaremos que o estado laico foi uma conquista importante que deve ser preservada e acarinhada. No entanto, a partir do momento em que se aplicar esta nova decisão, a França deve passar a ser o único país ocidental onde o Estado, supostamente democrático e liberal, interfere no direito de cada cidadão de se vestir como bem entende. É ligeiramente patético que se considere como uma ameaça ao estado democrático que uma rapariguinha leve o véu, símbolo tradicional da sua cultura e religião, para as aulas. Toda esta problemática advém duma concepção de liberdade e direitos civis que está, do meu ponto de vista, absolutamente errada. Na obsessão de se tornar totalmente justo e igualitário, o Estado, em vez de se liberalizar, de se adaptar a um novo mundo globalizado, prefere reprimir de forma a uniformizar as populações. É isto que acontece neste caso em particular: em vez de ser verdadeiramente laico e permitir a cada indivíduo que professe livremente a sua religião, o Estado simplesmente proíbe qualquer demonstração de religiosidade para não ferir susceptibilidades. E se neste caso a proibição se aplica ao vestuário, não faltará muito para que se estenda a qualquer outro campo da vida pública. Os nomes das ruas e dos edifícios contém uma conotação histórica que pode ser desagradável? Acaba-se com os nomes das ruas! É problemático para as pessoas em dieta ver os outros a comer? Então proíbe-se a alimentação em público! As diferentes roupas causam complexos a quem não pode ter a roupa que quer? Passa toda a gente a vestir-se de igual!
É óbvio que o Estado deve ser igualitário no tratamento que dá a cada indivíduo, independentemente da sua religião ou cultura. Mas deve cada vez mais abster-se de intervir em campos onde o que está em causa é uma mera afirmação de individualidade. Esta decisão leva-nos de novo às escolas do outro tempo, onde usar uma t-shirt mais ousada dava direito a expulsão. É uma tomada de posição injustificada e perigosa. De facto, ao adoptar esta proibição, corre-se o risco de afastar do sistema público de ensino milhares de alunos/as de outras culturas. Em vez de tentar usar a escola como pólo de integração dos imigrantes, esta decisão marginaliza os estudantes estrangeiros, inclusive afastando crianças para estabelecimentos de ensino religiosamente radicalizados onde aquilo que se ensina está longe de ser um exemplo de tolerância. Depois queixem-se da existência de grupos islâmicos radicais.

Entrem no espírito da coisa...

Para quem não viu o original, há esta imitação! É verdade, com as verbas da produtora Divã gastas nas cervejas (Sagres, SuperBock, Imperial, Água Serra da Estrela, Cintra e outras, uma selecção tal & qual o que se esperaria na feira da cerveja de um hipermercado) para a festa de Natal e nos Gurozaaaans (30 caixas para patrocinar o dia seguinte dos nossos 10 leitores) não houve dinheiro para contractar um bom designer para o poster, nem um realizador, nem um actor para o filme, nem um director de fotografia, nem maquinaria para filmar, por isso, este cartaz acabou por ser a única coisa que as nossas verbas podiam pagar. Agora, vejamos se neste existe um Mordomo ou não...

Ass: PM