O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

sábado, abril 17, 2004

Tardes

Os outros também são assim.
E os outros também são românticos
E escondem-se entre livros espalhados pelo chão
E são poetas menores em cadernos de papel velho
E são tudo isso em fogosa inconsciência.
Bahh…
Deito-me… ou não, sei lá.
Empurro-te para trás de paredes riscadas a guitarra.
Preciso é de ficar sozinho.
Sim… sozinho.
Anseio pelo passado em que estava sozinho
E tenho o cansaço antecipado do futuro em que estou sozinho.
Mudo de posição.
Recolho um a um os pedaços daquilo que sou agora.
(espanto-me… descubro-me em mais pedaços do que havia quando eu era ainda eu mesmo)
E contradigo-te.
Grito em silêncio que não.
Rebelo-me… contra ti.
Quero ouvir-te dizer… já!
Que és tão, mais, muito melhor que eu.
Já!
Dá-me razão. (Razão?)
Justifica a minha própria fraqueza.
Faz isso… só isso.
E lá fora há nuvens
Nuvens… nuvens, Meu Deus!
Um tecto opaco de nuvens.
E como pode um homem viver
Em dias em que o dia tem tecto?

Surpresas

Pelos vistos o novo álbum de Caetano Veloso inclui um cover dos Nirvana. A imprensa cultural faz um grande alarido à volta da união, aparentemente contra-natura. A mim, desde que o Johnny Cash fez um cover dos Nine Inch Nails já nada me surpreende.

sexta-feira, abril 16, 2004

Oh... just a wish.

Say you’ll try
Say you will
Say you won’t
Prove me wrong
Say you might
Oh… nevermind
Just, say you …mind.

O tempo já não se conta...

O tempo já não se conta, mas importa cada vez mais, ainda que, a cada momento pareça mais desperdiçado, menos valorizado, menos bem utilizado...
Saudades do não feito. Já alguém teve?
Para quê viajar e procurar num ritmo de pressa, que recria a maldita ânsia a que se foge? Por que não antes, parar, respirar, observar, estar ali apenas? Ali, apenas, sem pensar, apenas apreciando aquilo, apreciar, de facto, desfrutar... não olhar apenas, estar ali, isso sim...
E como é bom... como é bom andar no meio do nevoeiro à noite, no silêncio, no meio do laranja dos candeeiros que iluminam a rua deserta. Como é bom estar num lago, rodeado de água, dos sons da Natureza que ignoramos, afastamos entre o muro de betão o portão de ferro, a porta de vidro; como é bom ter aquilo tudo à nossa volta, nem que por um pouco, enquanto ali estamos sentados numa pedra. Há luxo? Isso sim, para mim é luxo. E por ser luxo, é raro, é escasso, quantas viagens, quantas oportunidades surgem para o fazer? Poucas, eis a essência primeira do verdadeiro luxo, do luxo que não se paga, que se quer e não tem, que se procura e a que se foge entre a demanda.
Serei o único? Não, não sou o único...

Ass: PM

quinta-feira, abril 15, 2004

10 anos é muito tempo

Algures no auge do movimento grunge, no começo dos anos 90, a MTV convidou os Nirvana, tradicionalmente avessos a participações em programas televisivos, para participarem no Headbanger’s Ball (programa dedicado ao heavy-metal…seus incultos!). Surpreendentemente, Kurt Cobain e companhia acederam ao convite e, cumpridoramente, apareceram para a sua actuação a tempo e horas…e vestidos de fato e gravata!
Perante o olhar surpreso da audiência, composta por jovens de t-shirt preta e pose ameaçadora, Cobain começou o espectáculo com um…
“Hey?…I thought they said this was a ball…”

Hail aos Nirvana, a última banda que mantinha sempre um sorriso sarcástico perante o show-bizz.

quarta-feira, abril 14, 2004

Ainda lá está...

Ainda lá está, o cachorro pequeno, castanhito, de ar manso e de criança, segurando entre os dentes o baldinho para as moedas... sente-se mal? pois quem o vê sente-se pior, dá uma moeda, que mais há a fazer? Levem tudo, façam tudo, mas não deixem ali o pobre cachorro!

Ass: PM


PS- Entre um obrigado e um resmungo fruto de tristeza ao blog que mo lembrou, sem o saber...

terça-feira, abril 13, 2004

Ele está senil, mas tanto?

Mário Soares está senil, sou o primeiro a dizê-lo sem complexos… e tal como um homem idoso, vivido, culto, activo tem os seus bons e maus momentos, frases felizes e infelizes e alturas em que não há senilidade alguma no que diz e outros em que há.
Dizer que se pode negociar com os terroristas é um erro,porém negociar é um erro pior; enfim, dizê-lo é uma má ideia, apenas isso. Vendo o seu discurso só tiramos de lá essa ideia se taparmos os ouvidos no restante acto de discursar, a figura disse mais e bem. Disse que devemos compreender o porquê, os motivos da origem do terrorismo e se tal nos for possível, evitá-lo. Até Sun Tzu (o pai da estratégia) dizia que o conhecimento sobre o inimigo é vital crucial para o vencer.
Nem o terrorismo não nasce da terra, nem um terrorista nasce terrorista, algo o torna terrorista… o quê? Eis o que devíamos ter realçado no seu discurso.
Antes dizer que se devia, do que o fazer, tal como fizeram os alegados “pacifistas” na Segunda Guerra Mundial ao entregar meia Europa central aos nazis antes de perceberem que a esses nada bastava… e eis a verdadeira democracia: pensar, expor, dizer e explicar, debater e decidir bem. Há crime nisso? Senilidade? Pois bem, se é assim, rendo-me, EU estou senil, em suma.

Ass: PM

She's

She’s concretely ethereal.
Likeably distant
in a slow, polite roughness
of age-old stature.
Statuesque
Maybe…
She’s scented and hate-full.
In love with harsh realms of angst.
Framed rage
concealed in self-mockery.
Yet… flawlessly bounded
Tethered to loved, ancient energies.
Stockholm syndrome?
She’s all that
Not jazz.
Six stringed poetry
in tangled, crumbling sounds.
She’s…nem com;
Her time is now, if it ever was.
She’s unmistakable.
Prided as the queen of dilettante.
She’s not just someone else.
And she usually answers by the name me

segunda-feira, abril 12, 2004

O logo...

Estamos a 18 meses das eleições autárquicas… Pois bem, é pena mas é que não haja obra aqui por Coimbra para este presidente acenar na campanha, mas, ao que parece, nem quer repetir a experiência... Se o anterior presidente poderia ser acusado de proteger o comércio tradicional (quantos não são acusados e criticados pelo contrário?) e pelo seu gosto algo exagerado por rotundas (quem não se recorda da sua alcunha, o bolachas?), este pode apenas ser acusado de ineficiência, ou seja, no dicionário português: má governação.
Que dizer da ponte que está para nascer à beira do Mondego? Pois bem, o feito mais visível da câmara nesta questão foi renomear a ponte, passando de Ponte Europa a Ponte Rainha Santa, algo que o bispo ou o padre da paróquia certamente apreciaram… mas que mais fez? O estádio? O parque à beira do Mondego? O queimódromo? O centro comercial junto do estádio? Ou o mercado? Não, pelo menos ele.
Então, pois, no balanço, que há a realçar desta presidência? Exactamente o que uma cidade precisava e aquilo que vai garantir ao PSD uma vitória esmagadora, pelo menos por aqui, nas próximas eleições: um logótipo da cidade! Eis a nossa presidência! Alguém duvida quem vai ganhar as eleições?

Ass: PM

Um Apelo

Que a mítica figura, quase personagem da própria vida, o Concentrado de Anjo em Lata de Atum, volte a dar ao mundo o seu olhar, para nos voltar a maravilhar!

Ass: PM

Estava eu na amena cavaqueira...

Cavaco Silva diz que avança se a esquerda vencer as eleições que houverem até às presidenciais. Não sei do que me espantar mais (e rir!), se da alegada imagem de herói e salvador que tenta construir (já outros têm mais sorte, afinal, a de Vitorino construíram-na por ele) ou se da imagem de uma esquerda radical, malévola e prejudicial que tenta transmitir a um país que já percebeu que nem a outra esquerda serviu, nem esta direita mostra servir melhor. Quando muito, prejudicial é mesmo o peixe que está lá para a capital… imagine-se, um peixe que se dizia de tão boa qualidade, afinal, fica-se pelo brilho da escama (por certo, molhada com água para ter brilho). Enfim, resta saber o que dirá o mesmo senhor quando se candidatar (o que me parece cada vez menos improvável) for qual for o resultado das eleições… o pessoal do Contra fica mais contente, afinal, sempre se poupam uns minutos a inventar piadas.
Entretanto, maravilhemo-nos com a sua biografia, nada preparada para uma presidência: desde as fotos do político estadista, passando pelas críticas moderadas a António Guterres (há que guardar os tomates mais podres para o fim…), pela foto da capa com a imagem calculada ao pormenor, passando pela explicação de todas as decisões polémicas que tomou! Mas errou no principal: não conseguiu deixar de repetir por diversas vezes que um político deve ter em conta os interesses do seu partido, ceder a certos grupos neste e tomar certas decisões consciente neste facto. Afinal, tudo o que não desejamos de um Presidente, uma figura que deve ser moderada, convergente, alheia ao mar revolto da política de interesses.
Mas que fazer? Pois, se a opção é um tal Pedro Santana Lopes, um senhor que como chefe de estado, só se fosse rei de um bailarico… que para isso, deve ter todas as habilitações!

Ass: PM

O Homem que jamais o disse ser

O Homem que jamais o disse ser
Existia, mas nada o fazia crer,
É um Homem ou nenhum ser?
Existia, isso sim, mas nada o fazia crer…

Que tem aquele que é diferente dos outros?
Barnabé, és tu? Não és, não!
Oh, nem tu, nem tu lhe concedes o perdão!

Pois então, se é Homem e o diz
Deixemo-lo ser, assim, incerto mas feliz.


Ass: PM

domingo, abril 11, 2004

Ou como dizia o outro

Partiste-me o coração!…Que se foda o coração!
Fizeste-me chorar…E eu não choro!

Hmm....

In the blue corner:
- homossexual, gay, abóbora, afeminado, alcides, atoleimado, bicha (também usado nas versões bichona e bicharoca…gente criativa esta), cagarola, cheira-fraldas (!), cobarde, conanas, efeminado, fracalhão, fraco, invertido, larilas, manicaca, maricão, maricola, lello, medricas, medroso, panasca, paneleiro, panuco, patife, pita, poltrão, pusilânime, rabo, pega-de-empurrão, sacrafineiro, salsicha, roto, samicas, tetas, tímido, tone, tutti-fruti, boiola, fanchono, tone, veado, atraca-de-popa, maricas.

In the red corner:
- heterossexual.

Parece que a variabilidade é uma condição para a sobrevivência de uma espécie. Como se vê, estamos condenados.

Não gosto...pronto

Se é verdade que falar de experiência em relacionamentos é, no meu caso, um claro excesso de linguagem, não é por isso que deixei de coleccionar algumas expressões que me irritam solenemente. Seja por significarem (mais) um falhanço ou por serem apenas eminentemente estúpidas, por favor, raparigas de todo o mundo, nunca usem as frases a seguir apresentadas.

“Mereces melhor.”
Esta linda frase aparece em primeiro lugar por alguma razão. Os problemas nela são tantos que o melhor mesmo é começar pelo mais óbvio: na esmagadora maioria das vezes é uma descarada mentira. Por amor de Deus, não insultem a minha inteligência; querem mesmo fazer-me acreditar que é possível achar alguém tão espantoso que, num acto de humildade, nos afastamos para não perturbar toda aquela aura de perfeição? Ou que me estão a proteger, num maravilhoso sacrifício semi-ascético, de alguma malevolência inata que se esconde dentro da dita rapariga?…Ná, não me parece. Perdoem-me a falta de romantismo, mas eu, como bom filho de uma sociedade capitalista, sigo uma máxima de mercado quando se trata de escolher a nossa alma metade: se gosta, quer. Se não quer…é porque não gosta. Tudo o que se afaste disto ultrapassa o meu limitado domínio de percepção da realidade.
Mas eu sou uma pessoa condescendente, até posso admitir que sim, é verdade, tencionam dar-me um corte porque se acham assim tão inferiores à minha pessoa. Bem, nesse caso…ainda pior! Quer dizer, já não bastava estarem a rejeitar-me por uma razão inqualificavelmente imbecil, ainda se divertem a, por cima disso, passar-me um absoluto atestado de menoridade e incompetência quando se trata de escolher raparigas. Caramba, se eu, por alguma razão, escolhi uma rapariga em especial, o mínimo que a dita podia fazer era elogiar a minha escolha dizendo “Parabéns, eu sou realmente uma pessoa fascinante, tens um fantástico gosto.”. Podia dizer isto, mas não, dá-me com os pés e ainda por cima afirma que eu não percebo nada de raparigas. A sério, não usem tal frase.

“Beleza interior”
Ah…a beleza interior…quem não se confrontou já com este fascinante mas dúbio conceito? A verdade é que, como toda a gente sabe, a “beleza interior” é apenas uma expressão mais longa para o sintético “feia”. É um facto conhecido, embora não muito admitido. Fealdade e beleza interior significam uma e a mesma coisa. A diferença é que a segunda soa melhor. A não ser que se estejam a referir às entranhas da pessoa, o que é francamente doentio, eu pressuponho que aquele “interior” representa a personalidade. Ora, sendo assim, a expressão não tem ponta de sentido. A beleza relaciona-se com a apreciação de uma qualidade estritamente estética. Como é que podem apreciar a estética de uma personalidade? A “beleza interior” é o exemplo perfeito de uma contradictio in adjecto.

(N.R.: Como é óbvio, a verdade é que eu já usei ambas as expressões. Ainda estou a trabalhar naquela coisa do “não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”.)