O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

sábado, novembro 08, 2003

Publicidade

Desculpem-me a obsessão serôdia mas admito: eu gosto de publicidade. Gosto, pronto. Gosto do ritmo, das ideias, da piada, da música, gosto. A publicidade está (quase) em todo o lado: nas revistas, nas ruas, na rádio, no jornal, etc, mas este post é só sobre publicidade na televisão. Se uma pessoa quiser ver a melhor e a pior publicidade é na televisão. Primeiro os casos mais ridículos:
- Um anúncio da Refer (?) sobre a segurança nas passagens de nível. O anúncio em questão, não sei se ainda passa, mostrava uma criança a brincar com umas figuras onde uma bicicleta passava por uma passagem de nível. Não posso dar certezas, mas estou disposto a apostar que Portugal é o primeiro país do Mundo onde é necessário um anúncio televisivo a dizer que NÃO se deve brincar numa passagem de nível.
- Todos os anúncios a detergentes... corrijam-me se estiver errado, mas se o detergente que anunciam tira sempre todas as nódoas, em todas as circunstâncias, para que continuam a desenvolver novos detergentes?
- A publicidade a um champô em que uma senhora solta gemidos de prazer enquanto lava a cabeça numa casa de banho de um avião. Tirando o ridículo de alguém se entusiasmar ASSIM por um champô ( e eu que achava que a MINHA vida era aborrecida…), não sabia que as casas de banho tinham intercomunicadores para que se pudesse compartilhar com toda a cabine os sons que se fazem na casa de banho. Sempre é uma maneira de entreter os passageiros sem recorrer aos filmes do costume…
- Por que é que todos os anúncios dos chocolates Ferrero e da Kinder parecem acabadinhos de sair dos anos 80?
- Aqueles inqualificáveis anúncios a um sumo com a participação da Marisa Cruz…
Felizmente, para além destes exemplos de terrível imaginação, a maioria da publicidade que passa na televisão é de qualidade razoável, por isso não me vou dedicar a enunciar os inúmeros exemplos de anúncios inteligentes e bem feitos que têm passado ao longo dos anos. Deixem-me apenas partilhar um caso antigo de fascínio. Sempre gostei dos anúncios televisivos a publicitar perfumes, e não é só pelas razões mais prosaicas (ver 7 supermodelos a desfilar lentamente pelos intervalos sempre ajuda a aguentar a m*** de televisão que temos). Como é que se publicita um perfume num formato onde é impossível (por enquanto…) transmitir cheiros? Reparem que nunca, espero eu, viram um anúncio que se limitasse a mostrar um rapaz/rapariga a ser elogiado (ou a gemer de prazer…) pelo seu perfume; aliás numa vasta maioria o perfume em si nem sequer aparece durante o desenrolar das imagens. O que vemos é somente um desfilar de imagens cuidadas e cenários idílicos (ai!as supermodelos…), sem nenhuma relação com o produto em si. Em vez de anunciar as qualidades X ou Y do perfume, preferem apostar tudo na beleza estética das imagens na esperança que a força dessas imagens seja tanta, que leve o consumidor a comprar o dito perfume. A subtileza da relação beleza/perfume que se estabelece, e a forma eficaz como é conseguida, é, na minha opinião, o melhor exemplo de BOA publicidade.

P.S.: E quem nunca ficou já entretido, por longos períodos de tempo, com as maravilhas da TV-Shop?

sexta-feira, novembro 07, 2003

Kill Bill

Nos últimos tempos o cinema tem-se tornado um luxo bastante raro (escola oblige...), mas quando o filme em cartaz tem assinatura Quentin Tarantino, uma excepção tornou-se obrigatória. Assim, numa tentativa de quebrar o monopólio de posts cinematográficos do meu colega, aqui ficam as impressões de Kill Bill – Volume 1.
Antes de mais deve-se notar que a película é tudo menos consensual. Entre as pessoas que conheço que viram o filme, as opiniões extremam-se entre a nota muito positiva e o ódio declarado. Pessoalmente, e apesar de não ser o meu Tarantino favorito (Ah! Pulp Fiction....), sinto-me mais próximo das primeiras que das segundas.
As críticas mais recorrentes e mais cerradas são à falta de verosimilhança do filme. Aqui vai uma lista das que já ouvi:
- sangue, sangue, sangue, sangue, sangue, sangue, sangue e mais sangue.
- viagens de avião com uma espada samurai aos joelhos...
- Uma Thurman passeia-se mais de uma semana no carro do homem que assassinou (o famoso Pussy Wagon...)
- Uma Thurman fica 13 horas no carro do enfermeiro que acabou de assassinar, sem que ninguém vá ver (o mesmo Pussy Wagon...)
- sobreviver a uma bala na cabeça, disparada a centímetros.
- derrotar 88 homens simultaneamente?
- O-Ren-Ishii já morreu há mais de uma semana e, mesmo assim, Vernita Green á surpreendida pela visita da Noiva.
- uma espada samurai é impossível de fabricar em 30 dias.
- Uma assassina profissional (Vernita Green) falha um tiro, a 1 metro de distância, por, pelo menos, 50 cm.
E muitas, muitas mais incongruências....
De qualquer modo sai do cinema com uma sensação de satisfação, muito simplesmente porque todo o filme se baseia numa relação de cumplicidade. Cumplicidade porque, do início ao fim, o que conta mesmo é o exercício de estilo visual, o entretenimento. O importante é gozar as piscadelas de olho aos filmes série B, aos Western Spagheti, às produções orientais, ao anime... Não me interessa que seja impossível derrotar 88 homens só com uma espada, se essa cena são 20-30 minutos de puro ritmo nos planos e nas coreografias. As personagens não são mais que uma colecção de cromos visuais...É essa a ideia! Se não conseguirmos largar todo o cinismo hiper-realista à porta, nem vale a pena sentarmo-nos na cadeira.
Só mais uma palavra para a banda sonora do filme. Em todas as películas de Tarantino a música ocupa um papel fulcral e este não é excepção. Uma longa colecção de exemplares kistch dos anos 80, aqui e ali a pisarem bravamente a linha do bom gosto, mas que se enquadram perfeitamente na estética e no espírito do filme. Um ínicio de filme ao som de Bang, Bang (My Baby Shot Me Down) de Nancy Sinatra só pode ser um grande início.

João

Soltem o homem!

Ainda bem que o soltaram! É que para bichos presos, já basta o zoológico!
É tudo perfeitamente explicável: a sua excelência José Castel Branco, mercante de arte (ou “marchande” como ele gosta de dizer), incomodou muito ver o príncipe de Espanha dar à sua noiva o belíssimo anel em frente de toda a imprensa. Como ele não é menos importante ou geneticamente (e cirugicamente) perfeito decidiu trazer as suas melhores jóias para dar umas tantas à sua esposa em frente de toda a imprensa cor-de-rosa portuguesa. Claro que aproveitava para fazer negócio e lá perguntava às tias se gostavam de uma ou outra peça exposta no tapete do chão. Mas acham que isto é crime? Afinal eram "só" uns milhões em jóias que não foram declarados! E claro, só um parolo de um guarda que não tem classe ou educação nenhuma é que pensaria que aquilo não era da toillete do dito senhor!
Como vêem, neste caso (e apenas, neste) não foi uma questão genética! Foi apenas um mal-entendido!

Ass: PM

Poema da derrota do amor

Guerreiro altivo, no sopé da morte sustido

Guerreiro altivo e distante
Como és único no teu sofrimento
Como estás só nesse penoso momento
Chorando paixão inconstante

Choras choro reprimido
Que hesita em gritar a tamanha desilusão
Que é ver no amor estranha condição
Escondes rosto sofrido

Porém, não é tal couraça suficiente
Para curar ferida não sarada
Que é não ter o amor da mulher não amada
Não ouvir a sua voz como confidente


“À dama que outro amando sabe o que sinto, que com as suas palavras disse as minhas e vi nela o meu sofrimento compreendido, repetido.” Cruzado da Santa Cruz, 1389

Ass: PM

Pater noster qui es in coelis

Semana de azares e nem rezar em latim rezar nos salvou!
PM e João, afastados do blog por motivos vários, inclusive por falha no computador. Valeu-nos o rápido (e caro, por ue não referi-lo?) serviço de apoio técnico das lojas de computadores desta cidade. No meu caso, savou-se o disco e as pérolas dele. A seu tempo trarei algumas aqui!

Ass: PM

terça-feira, novembro 04, 2003

Críticas

Prometi que ia tentar responder às críticas que, finalmente, tinham feito a alguns posts divulgados nesse ilustre blog. Pois bem, aqui vai a (tentativa de) resposta.
Quanto ao post do sobre o referendo do aborto a Mariana (?) disse que os partidos estavam PRECISAMENTE a defender a opinião das pessoas que fazem parte desses partidos. Os partidos não são entidades abstractas, com vontade própria; como é óbvio as suas posições são as posições das pessoas que integram e apoiam esse partido. Quando eu digo que não respeitam a opinião das pessoas refiro-me às OUTRAS pessoas, aquelas que têm uma opinião diferente. E a democracia é isso mesmo, respeitar as decisões da maioria, mesmo quando elas são contrárias à posição que defendemos. Tentar mostrar a nossa posição é algo de meritório, mas se a decisão democrática foi contrária àquilo que esperávamos, parece-me de má fé exigir que se faça outro referendo só para que se obtenha o resultado que EU quero. Respeitar as decisões quando elas me são favoráveis não me parece algo de particular valor, é quando não se ganha que se mostra (ou não) verdadeiro espírito democrático. Mais: dar o exemplo do tabaco é absolutamente incrível. Ambos implicam a morte de alguém?! A pequena (grande) diferença é que quando fumo estou a decidir a MINHA vida, no caso do aborto está em causa a vida de outra pessoa. Antes de mais, nem o direito a tirar a nossa própria vida está previsto em qualquer lei, muito menos o direito de tirar a vida a outra pessoa. O papel de mãe e pai implica muitos poderes sobre a vida do seu filho, mas decidir sobre se ele tem, ou não, direito a viver, não é um deles. Argumenta ainda que abortar é uma escolha que cada um faz, e sobre a qual não interessa a opinião das outras pessoas. Infelizmente (ou não), esse terrível mecanismo que me impõem algo por vontade da maioria já existe há muitos anos: chamam-se leis. As sociedades têm como poder, e como dever, limitar o poder de escolha dos seus cidadãos sempre que se considere que tal escolha não deve ser feita pelo cidadão. Matar, roubar, enganar, fugir aso impostos são tudo escolhas pessoais que eu NÃO posso fazer, porque a maioria acha que não cabe a cada um decidir sobre isso.

Quanto ao post sobre Igreja e sexo, temo que a ideia não tenha sido compreendida, falha mais do autor que da leitora, certamente. A minha intenção não era defender ou criticar as posições da Igreja sobre sexo. Concordo com umas, discordo de outras. Estava simplesmente a tentar demonstrar que o facto de as posições da Igreja Católica sobre o sexo serem, provavelmente, das mais conhecida e discutidas, era revelador da obsessão da nossa sociedade sobre o tema. Até quando se fala de religião, campo onde o sexo não tem quase nenhuma relevância, as perguntas são sobre sexo.

P.S.: Ao longo de toda a crítica eu apareço mencionado como “o Bloguista”. Não se a denominação tem, para a autora, um sentido positivo ou negativo, mas por favor, os posts estão assinados, o meu nome é João.