O Diva de Portugal

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sábado, novembro 15, 2003

Matrix e outros (para terminar?)

Imaginando-me como produtor, comecei a reflectir um pouco sobre a trilogia:
Fica a pergunta, pelo menos para mim, como seria o Matrix feito por outros (e em Portugal não me esqueci es vero...). Gostaria de ver o resultado feito por um Tim Burton, e com uma banda sonora do insubstituível e genial John Williams. E para Neo eu tenho uma aposta que, provavelmente, muitos teriam por sua (e até as referidas jovens que tanto gostaram do look do actual Neo), o actor Johnny Depp.

Ass: PM

PS- Devido ao excessivo número de fotos (que ainda dizem, alguns, serem poucas!) vamos abrir uma segunda conta, esperamos, com isso, que não hajam mais problemas com as taxas de transferência das mesmas. ;-)

E umas fotos, como é da praxe...

Estranho mesmo é que sejam do segundo filme. Visualmente gostei muito da gabardine do Neo (onde se compra uma assim? eheh) e o próprio encontro com o Arquitecto não terá deixado ninguém indiferente, tanto que mais uma sequela do lucrativo Scary Movie (a terceira, até ver...) irá parodiar essa já mítica cena.
Mas vamos às fotos!

Ass: PM




Matrix - Primeira Parte

- Matrix Revolutions -
Por PM

Não posso deixar de defender a qualidade inerente a este filme, em particular num domínio tão difícil como o dos efeitos especiais, a construção do guião e todo o contexto visual tornam-se valiosos trunfos que os irmãos Wachowski usam para cobrir algumas das actuais limitações no domínio da computação gráfica. A minha opinião acerca desta tecnologia mantém-se cautelosa, até porque se usada em demasia pode levar a uma juliana enjoativa de efeitos visuais que abafam ou tornam inúteis os actores reais. Filmes como Star Wars mostram-se pouco eficazes quando certas cenas são feitas totalmente com cenários digitais criando ambientes pouco credíveis, aliás, bastará comparar a supremacia visual dos primeiros filmes da saga aos actuais para constatar que apesar dos anos estes ainda se mostram totalmente capazes de competir com eles, mesmo sem as maravilhas da informática do novo século. A computação gráfica pode ser útil, não me oponho em certos contextos, Major Alvega/Ace London não seria o mesmo com cenários reais, seria diferente, talvez melhor, talvez pior. Major Alvega, prosseguindo com o exemplo, dependia desse contexto para captar as atenções e parece-me que o conseguiu com bastante mérito e brilho, tendo sido nomeado para vários prémios. No domínio da computação gráfica apenas posso concordar na perfeição extrema (e não digo absoluta, note-se) em dois casos que pela sua aparência a tornam totalmente justificável: os velaciraptors de Parque Jurássico na cena da cozinha (inicialmente a sequência seria filmada em stop-motion) e a fantástica actuação virtual de Gollum que em certos aspectos é comparável visualmente e dramaticamente à de um actor mediano.
Esta pequena abordagem ao contexto da computação gráfica parece-me ser pertinente – perdoem-me se não o conseguiu ser – para compreender um filme que assenta muito do seu aspecto revolucionário nestas tecnologias. O próprio facto de se ter optado por um conjunto de curtas-metragens de animação (Animatrix, constituída por anime de extrema qualidade e computação gráfica cuidada) como complemento à trilogia, é revelador da intenção dos realizadores de situar o entusiasta ou o público em geral numa “realidade” visualmente excitante e certamente invulgar. Em termos de realização o primeiro filme foi revolucionário, provavelmente os Wachowski ficaram para a História pelo primeiro e não tanto pela trilogia, empenho dos actores ou história da saga. Na verdade, a fotografia, o visual que misturava gótico-futurista e mesmo uma forte influência dark, foi um dos pratos fortes. O outro terá sido os célebres movimentos da câmara, planos arrojados e sequências cuidadosamente montadas e encadeadas. Cinematograficamente Matrix marcou, foi, aliás, o primeiro que revolucionou. O segundo manteve-se digno, com uma brilhante e arrojada perseguição em auto-estrada (que, por mim, valeu todo o tostão gasto nela, apesar de pequenos pormenores em falta) e a introdução de personagens com um certo toque mítico e misterioso (Lambert Wilson com o seu Merovingian, arranca piadas sem perder uma compostura sarcástica e enigmática). O terceiro que prometia milagres pareceu ficar pela crença, não conseguindo mais do que tornar milhões de fãs e entusiastas em milhões de Morpheus (a certa altura do filme, este meu comentário justifica-se e explica-se). Quando se esperava um grande final e um climax visual e dramático, o resultado fica aquém das expectativas. Culpa em muito da propaganda, da especulação. Os próprios irmãos Wachowski ao não darem

Matrix - Segunda Parte

(continuação)
entrevistas tentaram, um pouco, evitar essa onda. As expectativas fracassadas são infelizmente muito por culpa do público.
As minhas expectativas não foram grandes, preferi manter-me sereno e prevendo o pior. Não sou um entusiasta de Matrix, nem mesmo fui ao dia da estreia do mesmo, sou sim uma pessoa que gosta de bom cinema e por isso achei artisticamente interessante o primeiro filme, tendo, por isso, ido ver os restantes. Sou capaz de comprar um DVD do Animatrix ou do primeiro filme, mas não faria do Matrix o sonho de uma vida. Curiosamente, a minha impressão quando me apercebi que o Matrix iria estrear há algumas semanas foi “Já? Quem diria...”. E parece que resulta, pois sempre parece mais fácil a espera. Muitos queixaram-se da falta de respostas deste filme, eu não, encontro-as escondidas, em mim próprio. O filme não é filosófico a um primeiro olhar, mas os actores têm razão ao dizer que o é, já que questiona o espectador, incita-o a pensar o que é raro num filme comercial. De filosofia pouco se vê, são jogos de palavras estéticos, perguntas retóricas, alusões religiosas e espirituais, tudo enquadrado num universo bem próprio da trilogia e que não me parece muito descabido. O público peca, pois, ao não reflectir sobre ele, ao fazer julgamentos precipitados, ao entrar na sala do cinema com a ideia pré-acabada (e pré-feita) de que é um mau filme.
Eu vi o filme e achei que oferecia respostas, achei-o visualmente inferior, ainda que ofereça alguns momentos interessantes nesse aspecto. A sequência do ângar é uma oportunidade para abordar o inevitável cliché americano e sempre presente no comercial do cinema, contudo, vai além disso. Na segunda parte da trilogia vi a sequência com grande entusiasmo, a meu ver aquele cenário e as unidades ACP (que me pareceu serem uma referência ao Aliens, O Resgate?) foram visualmente impressionantes tendo um certo toque do filme da saga Aliens de James Cameron, mas também lembrando a agressividade do rival de Robocop, o ED-209. Gostei da sequência de batalha, nesse ponto o filme saciou o meu instinto mais básico de torcer pela vitória dos humanos e de ver as máquinas a passarem um mau bocado. Mas de volta à crítica séria, continuei sentando (ao contrário de certas pessoas no cinema, que se levantaram no início, provavelmente após terem visto o que lhes interessava: o apetitoso trailler d’ O Regresso do Rei”) e apreciei o filme. A fotografia focando de novo os tons brancos (para transmitir a solidão e realçar o vazio), o verde (uma inconcebida e insana esperança) e o negro a cargo do veterano da saga, Bill Pope, foi o prato forte do filme. A presença da simpática e curiosa Tanveer Atwal (no papel da jovem criança Sati, que consta que ainda poderá dar algo mais ao universo Matrix) e o encontro final entre o Oráculo e o Arquitecto (Helmut Bakaitis, que fez um trabalho muito melhor na cena fulcral do segundo filme) merecem destaque, mais não seja pela surpresa que causam. Não sabemos bem o que Sati faz no filme, mas o seu nome (ou melhor, o seu significado) pode oferecer algumas respostas...
De notar que nem tudo é perfeito, a fotografia da cena final do encontro peca pelo tom demasiado contrastante que coloca na penumbra o Arquitecto (isto em pleno dia), se o objectivo era fulcral o “luto” da personagem, então, cumpre-o com pouca eficácia. Existem algumas quebras no guião que podem ser mal interpretadas pelo público, ainda que explicáveis ao se reflectir sobre o que se viu. Matrix Revolutions dá (muito) espaço à opinião do espectador, a meu ver isso é positivo, não é uma deficiência do guião, mas uma liberdade deste. Revoluciona por isso, pelo ilógico final para alguns, que nem é assim de espantar. Pela mensagem que transmite, que até uma máquina pode sentir e sente e no entanto sentido não trai (lembrando as conclusões tiradas no final de Terminator). Contudo, há outras deficiências, tal como o é a inevitável cena de confidências antes da morte de Trinity não dão muito ao filme, tornam questionável até o porquê das máquinas não aproveitarem esses largos minutos para matar Neo. E por fim o próprio visual do Oráculo, poderia ser mais drástica a mudança (o que neste caso pode também ser um resultado da nossa imensa expectativa quanto a esta), mas há que ser justo e realçar que a actriz Mary Alice nos faz relembrar a sua antecessora e (re)constrói com precisão e minúcia a sua personagem.
Para terminar há que referir que Keanu Reeves se mostra ainda e sempre inexpressivo e bastante limitado na sua performance (infelizmente, para mim e para os restantes homens, parece que esse mesmo look passou a ser apreciado por milhares de jovens na puberdade). Mesmo na dor não consegue dar muito ao personagem, se no primeiro a sua abstracção e “vazio do personagem” pareciam condizer com o desenrolar da história, nos seguintes algo falta. A calma extrema de Neo é visualmente impressionante no segundo filme, mas sempre mal aproveitada, aquém do que poderia dar. O contraste não se acentua e em certos momentos, a mudança no personagem parece não ter sido tão acentuada como se faz crer nas restantes cenas. No entanto, duvido que Tom Cruise estivesse à altura do desafio, daria um toque demasiado humano ao personagem e como o final da trilogia prova Neo pouco teria de humano, a sua existência talvez, a sua essência questionável é.

Ass: PM

sexta-feira, novembro 14, 2003

Ironias

No mesmo dia em que tivemos o privilégio de ouvir um exaltado Valentim Loureiro afirmar (gritar?) que os homens do futebol são pessoas sérias, honestas e honradas, vinha no jornal Diário de Coimbra uma pequena referência na capa a um dos ditos “homens do futebol”. Aqui fica a transcrição:
“Nunca trafiquei droga!”
Manuel Fernandes Simões, ex-presidente do Clube de Futebol “Os Marialvas”, mais conhecido pela alcunha de “Fininho”, foi detido em 1991 por suspeita de tráfico de droga. Cumpridos 4 anos de cadeia, de uma pena de 8, afirma agora que o único negócio ilícito em que esteve envolvido tinha a haver com ouro e diamantes. O antigo “rei dos matraquilhos” de Newark é actualmente dono de um conceituado restaurante em Cantanhede.

Esta transcrição é integral e absolutamente verídica. Ah, a ironia.....

domingo, novembro 09, 2003

Cunhalossauros Rex

Nesse prodígio da informação independente que é o Avante!, veio esta semana publicado um ensaio do líder histórico da comuna portuguesa, Álvaro Cunhal. Sinceramente nem li o tal artigo (eu, comprar o Avante!?shit!), mas li uma citação onde o feliz nonagenário pedia, para bem da humanidade, que os projectos socialistas desses paraísos que são a China, Cuba e a Coreia do Norte fossem um sucesso e se estendessem a todo o mundo. Francamente depois da última entrevista com Bernardino Soares, em que este dizia que não acreditava que existissem prisoneiros políticos em Cuba e que acreditava que a Coreia do Norte era uma democracia, só quem quiser é que os continua a levar a sério. De qualquer maneira não podem dizer que não sabem do que a casa gasta, quando outro dirigente comunista decidir transmitir outra pérola destas.
Para mim, dinossauros, só no cinema.