O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

sábado, fevereiro 28, 2004

Frase do Dia

"Os primeiros governantes a seguir ao 25 de Abril tinham cultura, valor, sabíamos o que eram. Hoje, a maioria dos políticos nunca trabalhou, são o que eu chamo 'jotinhas'. Não vou citar nomes."

Belmiro de Azevedo

sexta-feira, fevereiro 27, 2004

Literatura?...

Pediram-me há tempos, a meio de uma animada discussão intelectual (!), que definisse o que considerava por boa escrita. O que distinguia uma boa obra literária de uma mediana. Devo confessar que, de início, me senti perdido, sem resposta. Como exprimir por palavras algo tão subjectivo e ao mesmo tempo transcendental como a Literatura (assim mesmo com letra grande). O que é - o que é? - que faz com que as mesmas palavras que usamos todos os dias ganhem uma força e um sentido esmagador? À falta de uma definição minimamente convincente (mas o que é mesmo??) avancei com um exemplo relativamente recente. Lembram-se do filme “As Horas” com a Nicole Kidman, a Juliane Moore e sabe deus quem mais, cuja história girava à volta da figura de Virginia Wolf? O filme é baseado num livro de Michael Cuningham que já tinha lido e adorado antes da versão cinematográfica. Assim foi com aquele sentimento, misto de reconforto e entusiasmo, de reencontrar história e personagens conhecidas que decidi alugar o DVD. Aluguei e detestei. O argumento era bom, a realização e a fotografia competentes e o naipe de interpretações espantoso, mas mesmo assim detestei o filme. E detestei porque aquele denso grunge de fatalismo e tragédia eminente que parecia cobrir cada personagem no livro parecia, no filme, absolutamente risível, forçado, deslocado. Que uma simples dona de casa tivesse reflexões existencialistas enquanto fazia bolos parecia completamente natural quando correctamente escrito. Assim como era normal que todos os diálogos, da mais banal conversa de rua até às confissões no leito de morte, fossem de uma densidade lírica e filosófica espantosa. Sturm und Drang do início ao fim. Quando transposto para imagens tudo isto parecia contra-natura e teatral. Todo aquele mundo caía por terra. Suponho que é essa a característica especial da literatura. Transpor todas aquelas questões existenciais com uma simplicidade desarmante. Fazer com que a vida quotidiana, cada pessoa/personagem tenha uma profundidade dramática interminável. Fazer com que cada gesto aparente um sentido e tenha uma explicação. Fazer com que todas as vidas pareçam trágicas, fatalmente heróicas e vibrantes.

quinta-feira, fevereiro 26, 2004

Hum...

Percorrendo um caminho sem fim, como se de uma corda se tratasse.
Equilibrando-me, segurando-me nos ombros de alguém, agarrando mãos, tudo para chegar ao fim.
Que fim?
Porque não parar?
Parar o tempo, a caminhada, o equilíbrio e a falta dele.
Ficar simplesmente...Parada.
Olhar em volta e viver...Apenas viver.
Parar em cada segundo como se de um fim se tratasse, nunca como um meio, nunca esperando por mais.
Chegar ao dia de hoje como se por ele tivesse esperado a vida inteira.
Mas porque não? Porque vivemos nós para o amanhã? Se quando o amanhã chega já nos esquecemos da razão de tão longa espera...
A vida é um meio, e não um fim. A morte é o fim.

quarta-feira, fevereiro 25, 2004

Música

Como todos os jovens (todas as pessoas?), sou um indefectível amante de música. De ouvir e de tocar. De ouvir de tudo e de tocar de tudo o que tenha a ver com guitarra. Pessoalmente, e esta pode ser uma opinião um pouco herética, creio genuinamente que nós jovens, a “minha” geração, somos os verdadeiros amantes de música. Os verdadeiros porque, regra geral, os jovens são apreciadores de música mais eclécticos que os outros. Já todos passámos pela música clássica, o pop, o rock, o jazz, o punk, o metal, o grunge e o rap. Os jovens são os únicas pessoas que eu conheço que se conseguem entusiasmar por um concerto intimista de blues num dia e por uma rave noutro dia. Os únicos que tanto aprenderam Beethoven no piano como Tool no baixo (eh,eh...). Os únicos que conseguem alcançar e usufruir sensações tão intensas como estar no meio de um mosh pit, para depois voltarem a casa e ouvirem calmamente Liszt na sua aparelhagem. Os mais velhos (peço perdão pela terrível generalização) perderam a capacidade de apreciar a música no estado puro que existe, por exemplo, num álbum de grunge ou num concerto de trash metal. À medida que escrevo este post, olho para a minha secretária e vejo os seguintes CD’s empilhados por esta ordem: Schubert, Nirvana, Metallica, Pantera e Radiohead. Percebem agora o que quero dizer? Somos os únicos que conseguimos deixar as ideias preconcebidas de lado e assumir sem problemas uma variedade enorme de gostos musicais. Somos os únicos que aproveitamos verdadeiramente tudo aquilo que a música tem para oferecer. E, mesmo se mais nada houvesse, só isso já faria de nós uma geração melhor.

Django

Ouvi dizer que, segundo Django, "improvisar só é difícil nos primeiros 50 anos".
Tendo sido ele guitarrista, a sua afirmação merece um mínimo de credibilidade...Infelizmente.
Ai o meu futuro promissor...




*click*

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

Imagem do Dia

Às vezes deparamo-nos com coisas belíssimas, às vezes podemos recordá-las, outras não. Enfim, eis uma memória, de um último sábado, de uma última tarde num lugar não muito longíquo, São Martinho do Porto.

Ass: PM

A Tempestade e o Pescador

Frase do Dia

Há já bastante tempo que gostava de deixar aqui, regularmente ou ocasionalmente, algumas frases que me tocaram ou que simplesmente que no meu e-mail, num meu livro, num filme que vi se acharam e eu, pois como não tinha outro rumo para tomar, decidi aqui as deixar...
Segue esta, gostei, enfim.

Ass: PM

"O beijo é a menor distância entre dois apaixonados"
Amy Banglin