O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

sábado, janeiro 10, 2004

Tintim faz 75 anos!

Parabéns, Tintim! Bravo! 75 anos de aventuras, 75 anos trazendo alegria a crianças, jovens e adultos. Gerações cresceram com ele, cresceram e bem que ler Tintim nunca fez mal a ninguém!
Se, por um lado, Hergé já não está entre nós, por outro lado, Tintim continua vivo e ganha novos seguidores a cada novo leitor que o (re)lê!
Para comemorar os 75 anos da criação da mais célebre personagem de Hergé, a Bélgica editará uma moeda de 10 Euros (exacto) com o rosto do personagem e do seu fiel companheiro, Milu. Da nossa parte, assistiremos à reedição do magnífico (porém incompleto) que é Tintin et L'Art-Alpha, a sua última e derradeira aventura.
Acerca desta personagem sugiro a leitura de dois artigos antigo deste mesmo blog e a visita a este magnífico site.

Ass: PM

PS- Para os que ainda estão atrasados nas compras Natalícias recomenda-se a compra de alguns títulos que farão a delícia dos entusiastas:
- Tintin and Alph-Art
- Tintin: The Complete Companion de Michael Farr (a versão espanhola, à venda na FNAC, é óptima)

Um novo ramo da família...

As nossas urgências receberam um paciente, tal era o seu estado que passou a ser residente. Não sabemos até quando durará o internamento, mas até lá está isolado e sedado em local próprio. Recomenda-se a visita para ver o fenómeno.

Ass: PM (especialista de serviço)

O Último Samurai (1)

Eu não queria repetir o tema... mas na verdade eu amo cinema.
Ao sair da sala de cinema, pude apreciar como um bom digestivo o último (e talvez, mesmo, o melhor) filme de Tom Cruise. Agrada-me a maneira como inteligentemente este actor tem gerido a sua carreira, mesmo mostrando interesse em integrar papéis mais comerciais (como o será, caso avance, Iron Man) as suas escolhas são cuidadosas, ponderadas, pensando na família, na carreira e na procura de desafios interessantes para ele enquanto actor.
Poucas dúvidas há que este ano pode não ter sido tão próspero em número de filmes que nos marcaram, mas foi-o quanto à qualidade dos que nos lembramos. Nomes como Mystic River e o terceiro filme d'O Senhor dos Anéis são alguns dos favoritos, mas O Último Samurai (estreado, ontem, entre nós) é, para mim, o que mais condições reúne de se afirmar como um dos vencedores, pelo menos na fase das nomeações onde supera no trabalho de actores a adaptação de Tolkien e no plano da realização até a relativamente sólida condução de Clint Eastwood em Mystic River. Se Finding Nemo foi uma surpresa, Mystic River um bom filme e O Senhor dos Anéis estrondoso visualmente, O Último Samurai é tudo isto e algo mais. O guião é de uma originalidade hoje raríssima no cinema norte-americano, a realização respeita o tom épico do filme e a questão histórica e mesmo a questão linguística (um problema que não via tão bem abordado desde Danças com Lobos). Em relação a Danças com Lobos existem elementos que tornam-no bastante similar ao O Último Samurai. Lembro que o primeiro foi o grande vencedor dos Óscares de 1990 e um dos melhores filmes da carreira de Kevin Costner. Existe um certo parelismo entre as personagens de Algren (Cruise) e de John Dunbar (Costner), dois americanos que acabam por conhecer e tornarem-se amigos do antigo inimigo; na maravilha provocada pelo impacto visual dos cenários naturais; pela abordagem das relações humanas e do profundo tratamento psicológico dado a cada personagem; na própria época dos filmes (ambos no período posterior à Guerra Civil norte-americana); na correcta interpretação por todos de dois brilhantes guiões.
Gostei da realização atenta, contida e acertada que construiu um drama humano, combinando-o com problemas históricos cruciais para o entendimento de todo o enredo e na condução daquela que é talvez das melhores cenas de batalha do ano. Talvez não tão grande como a d'O Senhor dos Anéis, mas mais realista, fria, humana até. A beleza da paisagem japonesa recriada na Nova Zelândia é um elemento bem aproveitado para se compreender certas mudanças na personalidade de Algren. Por sua vez, a fotografia mostra-nos planos que são verdadeiros quadros pintados, como a recriação de Tokio, da aldeia de Katsumoto (o líder samurai) e o uso intensivo, mas jamais repetitivo, dos jogos de luz e do sol. Tom Cruise está perfeito no seu papel, sinceramente não veria outro no seu lugar, pelo menos, para aquele Algren. Apenas a presença de nomes sonantes e de reconhecido talento como Sean Penn e Johnny Deep na corrida me fazem hesitar na hora de lhe dar o prémio como merecido. No elenco estão presentes alguns nomes conhecidos, não muitos, dos quais reconheci o do aclamado britânico Timothy Spall (no papel de Simon Graham, que actua também como narrador daquela estória). O Katsumoto de Ken Watanabe tem um registo maravilhoso que nos faz sentir atraídos pela cultura samurai (o que é vital para gostar deste filme, diga-se) e parece-me merecer uma justa nomeação para o óscar de Melhor Actor Secundário, tal como o foi Grahan Green de Danças com Lobos com uma personagem com um conceito similar.

Na minha opinião, O Último Samurai parte para a corrida os Óscares com francas hipóteses de ganhar, merecendo – a meu ver – ser nomeado nas principais categorias, pelo excelente trabalho de realização e representação, num tom e realista e contido onde cada um é a personagem, não rouba as cenas a ninguém, desempenha apenas na perfeição o seu papel dando um tom realista à história. No decurso do filme existe uma frase que marca (e que é muito bem usada no trailler), onde Tom Cruise, após a sua captura pelos inimigos samurai, diz ao líder destes: “I know what you do to your enemies”. Na verdade, O Último Samurai mostra-nos, no final, o que é o espírito samurai, dá-nos uma justa lição sobre a cultura japonesa e dá-nos a ver o lado humano destes fantásticos guerreiros nipónicos, mostrando não o que Katsumoto faz aos seus inimigos, mas aos amigos, como Algren acaba por se tornar...

Ass: PM

O Último Samurai (2)

O melhor:
- Tom Cruise num papel que mais que talhado para um óscar, foi talhado para um actor com talento, como ele demonstrou ser, e com uma performance pária capaz de fazer inveja a muitos dos actores favoritos às nomeações deste ano.
- Fotografia com tons e aproveitamento de cenários que lembram, pela positiva, o maravilhoso trabalho da parelha Costner e Senler.
- A química perfeita nas conversas entre Algren (Cruise) e Katsumoto (Watanabe)
- Saber que pode (e merece) ganhar os principais óscares.

O pior:
- Alguns alívios cómicos.
- Saber que pode não ganhar os principais óscares.

Ass: PM

sexta-feira, janeiro 09, 2004

Vergonha

Pessoalmente sempre achei estranho que os nossos media, sempre tão interessados em tudo o que é desgraça, nunca se tenham referido aquela que é, reconhecidamente, uma das maiores vergonhas nacionais. Aliás, pensando bem, só por culpa de uma óbvia tentativa de encobrimento por parte dos jornais é que se concebe que tal ignomínia se mantenha presente no séc. XXI. Como é possível que se permita que tal cancro afecte a nação?! Como se permite que aquele nome permaneça ali, explícito, manchando o sagrado território de Portugal?! Como inteligentes que são todos os nossos leitores, certamente já compreenderam ao que me refiro. Neste momento o leitor repete para si próprio, baixinho, num misto de assombro e repulsa, o terrível nome que nunca devia ter existido. Como é óbvio estou a referir-me “aquilo-cujo-nome-não-pode-ser-pronunciado”. Sim… as Minas da Panasqueira. Como pode ser que existam em Portugal umas Minas da Panasqueira?! Quem criou e autorizou tal nome?! Das poucas minas que existem em Portugal logo tínhamos de ter umas da Panasqueira. E levantam-se logo mais questões: o que raio se extrai das Minas da Panasqueira? Panascas? E esta indústria, da extracção do panasca, é legal? Tem alvará? Conta para as estatísticas das exportações? Existe algum tipo de entidade reguladora que controle a autenticidade do produto? Como é que a DECO nunca inspeccionou as Minas da Panasqueira?! Não os deixam? Ou será que têm medo do que possam encontrar? E a UE tem conhecimento disto? Será que já nos impuseram quotas de produção de panascas? É que há claramente um excedente…Tudo questões que eu deixo aqui em aberto e à volta das quais se deveria criar um grande espaço de discussão nacional.

P.S.: Para os que não acreditam em mim, vão ver um Atlas de Portugal.

Jornalismo de referência

Vi, julgo que ontem, uma reportagem no telejornal da SIC que me deixou absolutamente arrasado perante tal portento de pertinência jornalística. Saiam de cena 60 Minutes e 20/20…o verdadeiro jornalismo de investigação chegou. A jovem repórter lançou-se em compras desenfreadas num centro comercial dos arredores de Lisboa para investigar os saldos que acabaram de começar. Comprou X peças de roupa duma conhecida marca; que começa num T, acaba em land e tem imber no meio; e depois comprou as mesmas peças numa outra loja, de uma outra marca. E não é que, depois desta apurada investigação, chegou à conclusão que se podiam comprar as mesmas peças de roupa por preços diferentes. Arriscando um pouco mais, a jornalista avançou mesmo que a diferença de preços se poderia dever ao facto de serem marcas diferentes. E que as compras iam depender, portanto, da quantidade de dinheiro que cada um estiver disposto a gastar. Brilhante! Que descoberta! Que faro jornalístico! Mas será que ninguém dá um Pulitzer a esta rapariga?! Que talento que o jornalismo português tem aqui para lapidar!

Vidas

Querida Inês, ainda na questão do outro post lembra-te duma coisa essencial: a vida só faz sentido quando é acompanhada por uma banda sonora. Enquanto não pudermos pôr música a acompanhar as nossas acções, a vida vai continuar sem sentido. O máximo que podemos fazer é andar sempre ocupados. Visto de fora parece quase a mesma coisa.

quinta-feira, janeiro 08, 2004

Voldemort... Quem será, quem será?

O Divã de Portugal não é um consultório para cinéfilos reprimidos ou fãs incuráveis da arte de fazer e ver cinema, mas quase que poderia passar por um. Vamos, pois, tratar de esclarecer uns certos pormenores que parecem estar a confundir algumas pessoas em relação ao novo Harry Potter...
Cortesia da velha e estimada fonte deste blog (que ainda hoje publicou interessantes pormenores sobre a presequela de Batman, ou Batman: Intimidation Game), foram esclaricidos os rumores que davam conta da entrada para o elenco do quarto Harry Potter (com o sub-título: O Cálice de Fogo) de nada mais nada menos do que o brilhante Rowan Atkison (vulgo Mr. Bean para as catervas incultas que não conhecem a sua longa e elogiada carreira). Ora, ao que parece nem este brilhante actor entrará na quarta adaptação ao cinema das aventuras do feiticeiro, nem será Voldemort. Uma pena, para mim, para quem o viu a fazer um Edmund Blackadder sarcástico da 2ª Série dessa série que é um (verdadeiro) clássico da Britcom, sabe o quão ele estaria apto a trabalhar uma personagem complexa como é Voldemort em que há até uma certa atracção nesta (não em relação ao mal e aos seus actos e consequências, mas em relação ao seu poder e natural sedução). Rowan Atkison não é só Mr. Bean. É muito mais que isso. Muito mais e em (quase) todos os papéis brilhante e insubstituível. Pena que o seu Johny English não tenha gerado as críticas esperadas, pena também a depressão (imerecida) que o actor sofre. Esperemos que seja para breve o seu regresso num formato que faça, finalmente, justiça ao seu grande talento.
Até lá, poderemos ver já no Verão do presente ano o terceiro filme - Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban - com nomes sonantes e talentosos no seu elenco, como são os casos de Gary Oldman (inevitavelmente, como Sirius Black), Emma Thompson e o maravilhoso actor que é David Thewlis que contracenará de perto com outro grande nome da arte dramática britânica, Alan Rickman (Professor Snape, naquela que é de longe a mais bem construída personagem dos filmes, algo que apenas ele e Kenneth Branagh conseguiram, até agora).

Ass: PM


PS- A voz de Voldemort no primeiro filme coube a este senhor. Gostaria de ver um actor como Anthony Stewart Head (Men Child e Buffy) no papel, no quarto filme. Fisicamente é um homem maduro e com ar duro, com um tom de voz adequado se trabalhado, resta saber se a sua inclinação para comédia pesaria ou não a favor.

Guerra

Susan Sontag: "Todos os homens se sentem atraídos pela guerra". É terrível e absolutamente verdade. Eu que o diga.

Spider Man 2

As mudanças no antigo servidor das fotografias puseram k.o. a seleccção de imagens do trailler do filme Spider Man 2, que a Equipa do Divã tinha feito para os seus visitantes. Atendendo o número de visitas que nos chegam buscando este mesmo tema, voltei a colocar online a mesma e junto-lhe outra igualmente interessante. Mais imagens e mais promenores de Dr. Octopus, num papel em que Alfred Molina parece cada vez mais (para fãs ou simples entusiastas) a escolha perfeita para o vilão do novo filme.
Nas mensagens antigas podem, de resto, encontrar 3 textos com promenores sobre os filmes...

Ass: PM

PS- Como é nosso dever (moral e, suponho, legal) damos conta das nossas fontes:
Trailler Spider Man 2
Informações Actualizadas do Filme (Cinema em Casa)


Um novo...

E um antigo, muito pedido...

quarta-feira, janeiro 07, 2004

É tudo boa gente

O Herman nem sequer estava no país. O Ritto de modo algum pode ser culpado. O Ferreira Diniz está fora de causa. Quanto ao Carlos Cruz…pensem bem…algum dia? O nosso Carlos Cruz? Um pedófilo?! Ele nem tinha tempo para andar a violar crianças!(Raquel Cruz dixit). Hugo Marçal já tinha sido ameaçado e tudo isto é obviamente uma vingança mesquinha. O Pedroso, oh! o Pedroso, que terrível cabala esta que foi montada contra ele e o PS. Tudo bem. São todos inocentes. Mas nesse caso só me resta uma pergunta: se não foram eles, então quem foi?

Outra vez o QQSM...

Sei que já falei no Quem Quer Ser Milionário e prometo que tentarei evitar este tema nos próximos tempos. Simplesmente acontece que, no programa de ontem, uma professora não soube responder quem era o autor d’ ”O Senhor dos Aneís”. Ok, agora a coisa tornou-se pessoal. You wanna step outside?…

Apontamentos, à parte

Esperemos que a foto mostrada seja montagem não diria que não, mas também não negaria dizer que não é. O certo é que para os EUA, tal imagem não os dignifica, aliás, não dignifica ninguém...

Ass: PM

Ver para crer ou o poder da horrrível imagem

É questionável o modo como os EUA tratam os seus prisioneiros de guerra, é questionável até o próprio modo como os EUA iniciam e fazem a guerra. Um país que negoceia nos bastidores da diplomacia um injusto (e perigoso) perdão e tolerância da comunidade internacional para crimes de guerra pelos seus militares (quaisquer que sejam, onde sejam e quando sejam) é no mínimo alvo de alguma suspeita. O pior, é que a mais forte opção a Bush e às suas políticas (ultra)Republicanas é um nome já conhecido de Washington e da Administração Democrata de Clinton, um certo general que comandou a mediática operação militar da NATO (e comunidade internacional) no Kosovo. E daí?... dirão alguns. Daí, acontece que não fosse o bom senso de um general inglês que recusou aceitar uma certa ordem deste general, era possível que o mundo fosse ligeiramente diferente, já que o mesmo militar norte-americano ordenou um ataque a uma coluna russa que tentava tomar ao adversário (sim, o adversário comum aos aliados, não os EUA, portanto) um aeroporto. E isto para quê? Para atribuir esse feito aos EUA. No mínimo é vergonhosa esta atitude de cowboy, que lhe rendeu um regresso a casa e um certo desconforto entre os EUA e Rússia.
É pois questionável, como dizia, o modo como os EUA tratam os prisioneiros de guerra e os, agora, nomeados terroristas. Lembro que ninguém inspeccionou as condições em que estão e o modo como são tratados. Legalmente os EUA não têm qualquer obrigação (tirando, talvez, a moral) de os tratar bem e pessoalmente suspeito que não se preocupem muito em fazê-lo - tenham ou não (e têm) argumentos para não o fazer, é no mínimo horrível que procedam tal e qual como os que acusam.
As imagens da prisão de Saddam chocaram-me, como me emocionaram as de um país cuja maior alegria para as suas tropas é passar o importante Thanks Giving com o seu Presidente nos aquartelamentos no Iraque. É um país capaz do melhor e do pior disseram-me. Têm razão, têm razão...
Mas esta imagem que vi, a ser verdade é chocante. O modo como se tratou este homem que já não constituía ameaça (senão, quiçá, para si próprio) e como se deu a prisão de uma pessoa que apesar de tudo é um ser humano (por mais desumano que seja/pareça ser/se tenha mostrado - em campanhas de verdadeiro marketing, de moralidade questionável - ser). Esta imagem a ser verdade, prova que a conversa que muitos referem não se deu, que não houve cumprimentos, mas apenas isto, uma imagem que quase transpira frieza e agressividade, em que a figura de um barbudo e fraco Saddam fecha os olhos e parece estar inconsciente, por um motivo que apenas podemos imaginar.
Enfim, eis a imagem de Saddam, que dizer? Se for verdade, o mundo deve perceber o que deve esperar dos EUA e destas perigosas políticas que são justificadas com um atentado que seu deu há 2 anos ( que matou 2.500 pessoas contra as mais de 50.000 no sismo no Irão, que jamais será lembrado como foi o 11S) e cujos autores não foram apanhados graças a tais medidas e provavelmente mostram-se, ainda, capazes de repetir o acto numa escala ainda maior. Valerá o povo do Iraque e do Afeganistão o sacrifício para ter uma Líbia ou uma Coreia do Norte sem armamento nuclear? Para quê? Se Israel que tem mostrado não ser muito melhor, conta com perto de 200 armas nucleares desenvolvidas com o apoio e "fechar-de-olhos" por parte da França e EUA? Armas de estruição maciça são a meu ver o menos dos males do mundo, armas nucleares são uma garantia de segurança até serem usadas e, lembro, os únicos que as usaram foram, de facto, os EUA contra populações civis. Poderiam justificar isto com o ataque a Pearl Harbour? Um porto militar? Talvez sim. Mas os EUA são capazes do melhor e do pior, disseram-me. Têm razão, têm razão...
Ficam as palavras, julguem-nas!

Ass: PM

segunda-feira, janeiro 05, 2004

Alguém pare estes tipos!

Nos últimos dias têm-se sucedido os ataques terroristas a representantes das instituições europeias. Ataques esses que já foram reivindicados por um Grupo Anárquico…Informal (!). No entanto o que mais me perturbou nestes ataques foram os resultados: nem um feridozinho para amostra quanto mais mortos ou incapacitados. Já se percebe donde vem o nome de informal, estes tipos são amadores. Os anárquicos formais ainda vai que não vai…agora estes informais não prestam. Estes tipos são escuteiros. Dos pequeninos. O que é que anda um IRA a fazer enquanto estes anarcas espalham o nome dos grupos terroristas pela lama?

Bem vinda...

Welcome to our own private realm of angst. Agora que já temos blog só falta mesmo aquela banda...vai pensando nisso. Benvinda Inês.

Línguas

Prefiro os vencidos” disse eu. “Há uma certa coragem trágica nos perdedores. Nos underachievers.” repeti, gozando lentamente a pedantice, o delicioso tique snobe daquele último “underachievers”, registo de urbanidade globalizada numa conversa sobre angústias primitivas. É essa a maravilha do inglês. O seu snobismo imperial. Aposto que o próprio Shakespeare se sentia snobe enquanto exclamava “Is this a dagger I see before me?” para as suas paredes. Qualquer que seja a expressão e qualquer que seja o contexto, a língua inglesa exala sempre um registo de civilidade urbana, um misto de Henry James e a 5th Avenue. Porque, estejamos ou não atentos a isso, uma língua é mais do que um código à espera de ser decifrado. Tem uma personalidade própria. E leva um povo com ela. Há palavras no Português que não existem em mais nenhuma língua. Saudade é uma delas. E cholé é outra. Aliás o português vive sempre nessa intensa dualidade entre ser o povo que inventou a palavra saudade ou ser o povo que inventou a palavra cholé. Os ingleses, por exemplo, têm o seu homesick que não roça nem superficialmente a profundidade da nossa saudade. A nossa saudade é mais que o banal sentimento de perda. É uma atitude perante a vida. É aquela dignidade trágica, aquela dolorosa sabedoria que nos faz resignarmo-nos sobriamente à evidência que o que passou já não volta e que há pecados que nunca se expiam. Mas se temos o português da saudade, temos também o nosso Mr Hyde, o português do cholé. A maioria dos outros povos limita-se a associar tal odor ao cheiro desse milenar alimento que é o queijo ou então fazem como os ingleses que usam o prosaico “smell like feet”. Mas o português não. O português sente um fascínio doentio por tudo o que é fétido e por isso cunha e cataloga carinhosamente conceitos como o cheiro a cholé. Aliás só este tipo de poruguês era capaz de criar uma palavra tão áspera, pirosa e desagradável como cholé.
Mas o fenómeno não é exclusivo da língua portuguesa. Veja-se o alemão, por exemplo. Em mais nenhuma língua existe um sinónimo para a palavra alemã schadenfreude. Schadenfreude é aquele sentimento mesquinho de satisfação que temos perante a desgraça dos outros. Em todos os povos do mundo existe tal sentimento, mas só os alemães têm uma palavra só para ele. O que também nos pode dizer algo sobre a pessoa colectiva que é o povo alemão. Um povo é a sua língua. E vice-versa. Cada um deixou um bocado de si no outro. A nossa língua, com as suas qualidades e defeitos, somos nós. Sempre nós. Um povo que vive na saudade do tempo em que não criava palavras como cholé. Mas que vive. Por mais que, quando olhem para nós, os alemães rejubilem na sua schadenfreude e os ingleses nos chamem de underachievers.

domingo, janeiro 04, 2004

Entre, entre, temos aqui nova gente!

A equipa d’O Divã de Portugal cresce, esperando que com este novo especialista esta verdadeira clínica de saúde mental da blogosfera nacional possa receber e tratar convenientemente as legiões de viciados e pacientes que nos batem aos portões todos os dias. Para ela, a nossa segunda bloguista (vêem, nem somos machistas? lol), vai o grito de guerra e votos de boas consultas nesta sua nova função:
May the Force be with you!
Aproveito para noticiar que aparentemente resolveu-se, com a divina intervenção externa, os problemas de acesso às nossas instalações, infelizmente, estas obras não permitiram, ainda, instalar a referida rampa de acesso para deficientes para a nossa clínica e sinceramente, depois do dinheiro gasto no Ano Novo já será um milagre que esta seja uma das poucas clínicas privadas onde os enfermeiros estão (realmente) de prevenção.

Ass: PM

PS- O nosso servidor antigo para alojamento de fotos quer dinheiro, falando com o meu primo pintor (que tem dado uma mãozinha nas obras da clínica) arranjei um novo poiso para as imagens deste blog... estamos safos! (ou talvez não? Para desgraça dos que têm uma internet muuui lenta).

1/0 = ?

Tudo tem um fim...estamo todos cansados de saber porque é uma daquelas frases que se dizem e que são de uma verdade (supostamente) inquestionável.
Mas é sempre diferente comprovar algo por nós mesmos...e após mais de uma década a ouvir coisas como "tudo tem um fim" e "a vida é feita de altos e baixos" ainda me surpreendo e me questiono: mas porque é que tem de ser assim?
Quando me lembro de que não há uma única pessoa que não passe por estas dúvidas e que não estou a escrever nada de novo sinto-me insignificante...Por outro lado, se todos passamos por isto não deveria haver uma resposta? Não deveríamos já ter chegado a uma conclusão geral e universal?
Bem acho que não...Mas não gosto de perguntas sem resposta...
Quando encontrar a resposta aviso! eheh

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