O Diva de Portugal

Que há para dizer? Isto é um blog... Ah, sim! Se quiserem entreter (vulgo, contactar) alguns dos desocupados que fazem isto, usem os e-mails da Beatriz, da Inês, ou do Joao.

sábado, maio 08, 2004

Jovens

Tenho um misto de curiosidade cínica e aversão por aquelas pessoas que encaram a adolescência como uma fase de angústias existenciais e dramas insolúveis. Sinceramente, se há altura da nossa vida em que não nos devemos levar excessivamente a sério, essa altura é na adolescência. Não quero ser mal entendido, como adolescente que sou, tenho o prazer de ter uma quase totalidade de adolescentes ou jovens adultos como amigos. E se os tenho como amigos é porque reconheço neles uma profundidade de carácter e uma complexidade emocional que respeito. Simplesmente, parece-me que o adolescente médio cai demasiado facilmente na tentação de entender as coisas como definitivas. Ao deparar-se com uma qualquer situação os jovens têm aquela irritante capacidade de nunca, por um momento, se porem em dúvida. Vejo isto com uma frequência assinalável. Cada vez que discuto com uma qualquer colega minha, deparo-me muitas das vezes com um maniqueísmo assombroso. Em termos de relacionamentos entre pessoas, por exemplo, há sempre bons e maus, há culpados e inocentes. O que está certo está certo e o que está errado está errado. Preto ou branco. Se há coisa que me impressiona é ver uma pessoa de 17 anos que, convictamente, julga sobre o bem e o mal. Que raio, 17 anos não chegam para ter princípios. O auto-comprazimento da superioridade moral enoja-me ligeiramente. Eu por exemplo, não me levo minimamente a sério. De cada vez que pressinto um qualquer laivo de moralismo no meu raciocínio fujo dele como o diabo da cruz. Supor que sei alguma coisa é uma presunção que não tenho.

P.S. – Paradoxalmente, este post é um exemplo gritante de presunção moralista. Aqui fica o pedido de desculpas.

quinta-feira, maio 06, 2004

Homens 2

Esta conclusão ocorreu-me, clara e inabalável, enquanto assistia a um vídeo da Britney Spears (??!!!!!!). Por alguma razão obscura, por algum tipo de instinto primordial, a verdade é que, e os outros homens dirão se comungam ou não do sentimento, em situações de angústia é de um profundo alívio poder ficar de tronco nu. Catártico mesmo. Naqueles dias em que cheguei a casa amaldiçoando a vida, a primeira coisa que me lembro de ter feito foi atirar a t-shirt para cima do sofá. Porquê, não faço ideia. Provavelmente é mais uma prova de que Darwin estava certo.

Homens 1

Perdoem-me se este post for gritantemente misógino. A cada dia que passa sinto uma maior afinidade entre mim e os meus companheiros de género. Por diversas razões, é certo, mas há uma que aflora de repente quando penso no assunto.
Aprecio nos homens a franqueza de silêncios que usam para comunicar. O à vontade com que seguem; instintivamente, sem pensar; aquela regra não-escrita que dita que há uma elegância sublime em manter certas perguntas por fazer. Todos aqueles que já sentiram um supremo alívio em saber que naquela próxima horinha de café e conversa não iam ter de responder a um dilúvio de perguntas mais ou menos pessoais, sabem do que estou a falar. Todos os outros, meus caros amigos, a vida anda a passar-vos ao lado.